Secretaria de Segurança Pública mostra resultados da operação que durou 40 dias e teve como alvo o combate ao crime organizado na Baixada Santista
Após 40 dias de intensas ações de combate ao crime na Baixada Santista, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) anunciou na noite de ontem (5) o encerramento da Operação Escudo. Deflagrada após o assassinato de um soldado da PM, a operação é considerada umas das mais bem sucedidas do estado.
A operação que mobilizou cerca de 600 homens de todos os batalhões do estado, resultou na prisão de 958 criminosos, dos quais 382 eram foragidos da justiça por acusações que variavam desde a falta de pagamento de pensão alimentícia até sequestro e homicídio. Além disso, 70 adolescentes infratores foram apreendidos durante a ação.
O principal objetivo da Operação Escudo foi combater o crime organizado na região com foco no enfraquecimento do tráfico de drogas, principal fonte de renda dos criminosos. Durante os 40 dias de operação, as forças policiais apreenderam quase 1 tonelada de entorpecentes. Também foram retiradas das mãos dos criminosos 117 armas de fogo, incluindo fuzis e submetralhadoras.
O secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite assegurou que o compromisso do estado em enfrentar o crime organizado permanece firme. "Esperamos que novas operações não sejam necessárias, mas caso o estado seja afrontado, em qualquer ponto, operações como a Escudo serão desencadeadas", afirmou Derrite.
A operação teve início em 28 de julho, um dia após o trágico assassinato do soldado Patrick Reis, 30 anos, por criminosos durante uma incursão em uma comunidade. Reis e seu colega, que também foi baleado, estavam em patrulhamento pela Operação Impacto Litoral, que foi desencadeada em junho para combater os altos índices de criminalidade e a forte incidência do tráfico de drogas no Guarujá.
Durante os 40 dias de operação e as centenas de prisões, a SSP confirmou 28 óbitos de suspeitos que teriam entrado em confronto com os policiais. Todos estes casos estão sendo investigados pela Deic de Santos, com o apoio de equipes do DHPP, além de um inquérito policial militar instaurado pela PM.
A Polícia identifica e prende todos os envolvidos na morte do soldado Reis. No primeiro dia de Operação, um dos assassinos do policial morreu ao entrar em confronto com a polícia. Ele era um dos líderes de uma facção e acumulava várias passagens pela polícia.
Policiais do Tático Ostensivo Rodoviário (TOR) prende um integrante de uma facção criminosa na Rodovia dos Imigrantes, no bairro Vila da Saúde na zona sul. O meliante tinha passagens por tráfico, roubo, receptação, resistência e desacato. Condenado a 12 anos de prisão, estava foragido desde março quando recebeu o benefício da saída temporária e não retornou mais ao sistema prisional.
PMs que faziam patrulhamento pela Operação Escudo fizeram abordagem de rotina a um homem e, ao consultar sua identidade, descobriram que havia um mandado contra ele por estupro de vunerável. O homem foi preso.
A PM Ambiental prendeu dois homens por tráfico de drogas no bairro Paecará no Guarujá. Ainda foram apreendidas 50 porções de drogas, entre crack e maconha, e dinheiro do tráfico.
Policiais do 5º Batalhão de Ações Especiais (Baep) prendem “Patinho”, integrante de uma facção criminosa procurado por homicídio no bairro Paecará no Guarujá. Também foram apreendidas uma pistola calibre 9 mm, 21 munições e três carregadores.
Polícia prende suspeito conhecido como “Jeffinho”. Em um vídeo que viralizou na internet em junho, ele aparece exibindo um fuzil em plena luz do dia com outros comparsas armados na Vila Baiana em Guarujá.
Ele tem passagens por homicídio de um policial, porte ilegal de arma, tráfico de drogas, receptação e desobediência e estava foragido desde 2021 quando deixou a prisão em saída temporária
“Vitinho” foi preso por policiais civis em uma casa de alto padrão no Guarujá após ser localizado por investigadores. Ele também aparece no vídeo gravado na Vila Baiana com uma pistola pelas ruas. Ele tem passagem por roubo e estava foragido depois de não retornar da saída temporária. A ação contou com o apoio das equipes da DISE e do GOE.
Policiais civis da 1º Delegacia de Polícia de Investigações Gerais (DIG) da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) e policiais da Delegacia Seccional de Santos prenderam um homem de 30 anos apontado como “disciplina” de uma facção criminosa.
Conhecido como “NK”, o homem era procurado por participar do homicídio de um investigador em 2018. A prisão de "NK" foi no bairro São Manoel em Santos.
Enquanto a Operação Escudo se desdobrava na região, a ação polemizou devido às dezenas de homens que foram classificados como suspeitos pela polícia e foram mortos em confronto.
O número elevado de mortes virou assunto nacional e dividiu a população. Alguns afirmaram ser contra a ação policial e protestaram chamando a operação de “chacina nas comunidades”.
Já uma outra parte da população afirmou ser favorável à operação e fizeram uma carreata pelas ruas de Guarujá para a continuidade da ação policial.
Embora a Operação Escudo tenha chegado ao fim, o governo paulista informou que a Operação Impacto ficará na região até o início da operação verão em meados de dezembro. Guilherme Derrite anunciou também a instalação de uma base do BAEP em Guarujá para reforçar a segurança.
Não podemos nos esquecer daqueles que dedicam suas vidas para defender a sociedade. A Operação Escudo termina, mas policiais continuarão atuantes na Operação Impacto Litoral, na nobre missão de proteger as pessoas que ali se encontravam por anos vítimas do crime organizado. pic.twitter.com/pZGt10qU1z
— Guilherme Derrite (@DerriteSP) September 6, 2023
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