PROTESTO

"Tarcísio genocida" | moradores protestam contra 'matança' em Guarujá (SP)

Manifestação é contra a Operação Escudo que já prendeu 58 e matou outros 16 suspeitos de tráfico e integrantes do PCC

Da redação
Publicado em 02/08/2023, às 22h04 - Atualizado em 03/08/2023, às 08h41

FacebookTwitterWhatsApp
Protesto de moradores e ativistas pedem fim da operação Escudo Protesto em Guarujá - Reprodução
Protesto de moradores e ativistas pedem fim da operação Escudo Protesto em Guarujá - Reprodução

A ação das forças policiais no Guarujá, iniciada após o assassinato do soldado Reis, da Rota, levou à prisão de 58 suspeitos, além de diversas armas e drogas. No entanto, a série de mortes provocou reação de alguns populares.

Com faixas escritas “Fora Tarcísio Genocida”, “chacina” e “Lutamos por justiça, direitos e liberdade”, dezenas de pessoas se reuniram na Praça 14 Bis, em Vicente de Carvalho, Distrito de Guarujá, na tarde de hoje (2), para protestar contra os acontecimentos. O Governador Tarcísio de Freitas (Republicados) e o secretário de segurança pública, Guilherme Derrite foram os mais criticados.

Protesto de moradores e ativistas pedem fim da operação Escudo Protesto em Guarujá (Reprodução)

Moradores locais, amigos das vítimas, ativistas de causas sociais e algumas autoridades marcaram presença no protesto. Gritando palavras de repúdio à polícia e ao Estado, muitos acusaram as forças de segurança de cometer "assassinatos".

O ato foi caracterizado pela ausência de um organizador oficial. No entanto, pela manhã, em uma notícia da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), agência de notícia do governo federal, foi noticiado que a ativista Marisa Fefferman, integrante da Rede de Proteção Contra o Genocídio, estava no Guarujá "para um ato, na tarde desta quarta-feira (2), em repúdio às mortes cometidas pelas forças do estado".

Ainda na reportagem da EBC, consta que a ativista teria dito que: “Eles [moradores] estão falando que é um clima de terror total, de tensão total, as pessoas estão morrendo de medo. As pessoas estão com muito medo de ir para o ato porque é pressão o tempo inteiro, escolas fechando, igrejas fechando, está uma tensão imensa. Estão em pleno terror, é isso que eles estão dizendo”.

Nossa reportagem questionou a prefeitura de Guarujá, no dia de hoje, sobre tal situação de fechamento de escolas e igrejas e pediu um pronunciamento, mas até o final do dia não obteve resposta alguma.

A Defensoria Pública do Estado acompanhou o protesto, demonstrando cautela diante das mortes ocorridas na região. A defensora pública Fernanda Balera relatou que o órgão está apoiando os manifestantes para que possam exercer livremente sua expressão.

Apesar da adesão ao ato público, em torno de 150 pessoas, familiares das vítimas não estiveram presentes no protesto. As autoridades competentes ainda não se manifestaram publicamente sobre o protesto.

Operação Escudo

A operação policial 'Escudo' já prendeu 58 pessoas desde que foi iniciada na Baixada Santista, há cinco dias, informou a SSP paulista, nesta quarta-feira (2). A ação também deixou ao menos 16 mortos, de acordo com a última atualização, também divulgada nesta quarta.

A operação foi iniciada pela Polícia Militar (PM) após a morte do policial militar das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), Patrick Bastos Reis.

Segundo o boletim da secretaria, dos 58 presos, 38 foram em flagrante e outros 20 eram procurados da Justiça. Quatro adolescentes foram apreendidos também por tráfico de drogas.

“Até esta terça-feira (1º) a polícia apreendeu 400 quilos de entorpecentes e 18 armas, entre pistolas e fuzis”, disse a SSP.

Na madrugada desta quarta-feira, a Polícia Civil prendeu o último suspeito de envolvimento na morte de Patrick Bastos Reis.

Ele é irmão de Erickson David da Silva, apontado como o responsável pelo disparo que matou o agente. Segundo as autoridades, além de Erickson, que se entregou no domingo (30), outro homem foi preso na sexta-feira (28), suspeito de participar do crime.

Em entrevista à imprensa, o advogado de Erickson, Wilton Felix, afirmou que Erickson David decidiu apresentar-se à polícia após pedido de familiares, e que ele entregou-se por medo de ser morto durante a Operação Escudo. A operação segue na Baixada Santista.

Comentários

Receba o melhor do nosso conteúdo em seu e-mail

Cadastre-se, é grátis!