CALORÃO

Pais e alunos denunciam falta de ventiladores em escolas do litoral de SP

Segundo denúncias, escolas de Bertioga, Santos e Guarujá enfrentam o calorão sem ventiladores, e com problemas nos bebedouros neste início de ano letivo

Lenildo Silva
Publicado em 18/02/2025, às 14h26

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Temperatura nas salas de aula, que comportam em média 30 alunos, chega a níveis elevados - Reprodução/Internet
Temperatura nas salas de aula, que comportam em média 30 alunos, chega a níveis elevados - Reprodução/Internet

A onda de calor extremo que atinge o litoral de São Paulo, com temperaturas que ultrapassam os 40ºC neste verão, levou alguns pais e alunos de escolas estaduais a denunciarem um problema comum: a temperatura nas salas de aula, que comportam em média de 30 alunos, chega a níveis elevados e afeta o rendimento escolar; há casos, inclusive, de mal-estar devido à ausência de ventiladores; outro problema apontado são os bebedouros sem água gelada.

Denúncias obtidas pela reportagem, nesta semana, quando a sensação térmica atingiu cerca de 50ºC, apontam que escolas estaduais de SantosBertiogaGuarujá, na Baixada Santista, sofrem com os mesmos problemas neste início de ano letivo. Questionada, a Seduc-SP (Secretaria da Educação de São Paulo) informou que se adequa para enfrentar o aumento do calor nas escolas, por meio do programa de Climatização, e já investiu aproximadamente R$ 3 milhões na região.

Bertioga

Na escola estadual Archimedes Bava, no bairro Indaiá, em Bertioga, estudantes afirmam que algumas salas não possuem ventiladores e o calor intenso dificulta a concentração e prejudica o rendimento escolar. Além disso, pais reclamam da precariedade dos banheiros, que estariam sem portas e tampas nos vasos sanitários. Um vídeo enviado à reportagem mostra que, devido ao temporal momentâneo de quinta-feira (13), uma das salas de aula sofreu infiltração no teto.

Na escola estadual William Aureli, também em Bertioga, a situação não é diferente. Alunos relatam que há salas sem ventiladores e cortinas, o que faz com que o calor dentro das salas de aula seja intenso. Por isso, algumas famílias decidiram não enviar os filhos para a escola até que o problema seja resolvido.

Houve reunião entre pais e a direção da unidade para buscar soluções, que incluiu a arrecadação de recursos para a compra de ventiladores. No entanto, até o momento, nada foi concretizado. Uma mãe contou que foi à reunião e “estava me dando aflições saber que as crianças ficam ali o dia todo naquelas condições. Vi que o diretor e toda direção se esforçam mas não é o suficiente”, disse.

O que diz a Diretoria de Ensino

Procurada pela reportagem, a Seduc informou, por meio da DE (Diretoria de Ensino) de Santos, que a E.E. Archimedes Bava possui ventilador em todas as salas. “Está previsto conserto do sistema de refrigeração do bebedouro nesta semana, após pane decorrente de uma queda de energia”.

De acordo com a Seduc, a FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação) fará vistoria no local para identificar os serviços que deverão ser executados, como reparo do telhado, manutenção dos banheiros e manutenção geral da parte elétrica e hidráulica. Nossa equipe solicitou uma visita à escola, a fim de verificar as salas de aulas denunciadas pelos pais e alunos, mas não obteve retorno da Seduc até a publicação desta reportagem.

Quanto a E.E. William Aureli, a Seduc afirmou que a instituição de ensino também conta com ventiladores em todas as salas de aulas e bebedouro refrigerado. “A escola está em tratativas com a DE para receber crédito para a manutenção de equipamentos danificados, além da aquisição de novos ventiladores e de um bebedouro industrial”.

Santos

Denúncia semelhante afirma que, devido ao calor excessivo, os alunos da escola estadual Barnabé, no centro de Santos, participam de aula no pátio da escola devido ao calor nas salas de aula. Em imagens enviadas por um pai à reportagem, é possível ver uma lousa na área externa coberta da escola.

Referente à denúncia, a DE informou que as aulas na área coberta externa da E.E. Barnabé ocorrem em razão de uma grande reforma em curso no local. “A obra está de acordo com o tombamento do Condephaat e conta com adequações na rede elétrica do prédio para o projeto de climatização. A unidade conta com, em média, três ventiladores em sala de aula”. Ainda de acordo com a diretoria, as unidades da rede têm autonomia para adaptar atividades que promovam maior conforto aos estudantes.

Guarujá

Na E.E. Dr. Roberto Amaury Galliera, no bairro Morrinhos, os alunos também sofrem com o intenso calor neste início de ano letivo e, de acordo com alguns pais, em algumas salas de aula, o ventilador não funciona. “Minhas filhas chegam da escola reclamando do calor dentro da sala; esses dias minha filha chegou passando mal, com dor de cabeça, porque os ventiladores não funcionam”, disse uma mãe. “Um descaso o que estão fazendo com as nossas crianças! Um calor com essa sensação térmica e nossos filhos estão sem ar-condicionado e praticamente sem ventiladores. Crianças passando mal”, disse outra.

No caso da escola citada, a Diretoria de Ensino informou que a E.E. Dr. Roberto Amaury Galliera possui cerca de quatro ventiladores em cada sala de aula. Os aparelhos que não funcionam serão enviados para manutenção. A pasta afirmou que a escola está em tratativas para receber crédito para a manutenção de equipamentos danificados, além da aquisição de novos ventiladores e de um bebedouro industrial.

Climatização

A Seduc informou, ainda, que por meio da FDE tem realizado adequações para enfrentar o aumento do calor nas escolas da rede, por meio do Programa de Climatização. Em 2024, foram investidos cerca de R$ 300 milhões em obras de climatização nas escolas estaduais, que incluí infraestrutura e equipamentos de ar-condicionado. A secretaria explicou que o programa é executado em etapas e prioriza a realização de melhorias em escolas localizadas nas regiões mais quentes do estado de São Paulo. Na região da DE Santos, foram investidos aproximadamente R$3 milhões.

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Lenildo Silva

Lenildo Silva

Estudante de jornalismo na Faculdade Estácio

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