Vez ou outra aparece um ingrediente que entra na moda e logo desaparece. Esse não é o caso da batata-doce, nossa velha conhecida
Existem incontáveis variedades de batata-doce pelo mundo, de cores e sabores diversos. A nutricionista Tatiana Blanco explica que a cor de cada polpa ocorre por causa da presença de pigmentos naturais, como betacaroteno, nas alaranjadas e amarelas, e antocianina, nas arroxeadas. “Esses pigmentos também agem como antioxidante, combatendo radicais livres, envelhecimento precoce e prevenindo doenças”, completa Tatiana.
Além disso, a batata-doce tem um arsenal poderoso de nutrientes: vitaminas C e E e do complexo B, cálcio, magnésio, ferro, fósforo e potássio. Mas, para ter acesso aos benefícios, é preciso ingeri-la regularmente, se possível mais de uma vez por semana. Os atletas consomem com uma frequência maior: antes do treino diário, para que a energia dure mais tempo.
Segundo Tatiana, a batata-doce faz jus à sua fama de ‘seca-barriga’. “O seu baixo índice glicêmico inibe o acúmulo de gordurinhas. Para quem pratica exercícios, em conjunto com uma dieta balanceada, pode resultar na melhora da performance em competições e no treinamento diário”.
Porém, a nutricionista alerta que o consumo excessivo pode causar desarranjo intestinal, devido ao seu teor de fibras. Ela tem um pouco mais de calorias do que a batata inglesa, mas o baixo índice glicêmico é a que deixa mais magrinha. O fato de ela ser uma raiz e não um tubérculo, como a batata comum, faz com seja mais saudável. Isso acontece porque as raízes tuberosas são capazes de armazenar mais nutrientes.
++ Operação biquíni: veja receitas e dicas de como se preparar para o verão
Os chefs adoram a batata-doce, não só por seu caráter mais saudável e por ajudar a secar a barriguinha, mas também por ser um produto abundante no Brasil, já utilizado pelos indígenas há séculos. Seu sabor adocicado característico é perfeito para harmonizar com pratos salgados. Agora, ela é encontrada cozida em restaurantes, mesmo os por quilo, além da versão frita, que sempre foi a mais comum.
O tubérculo pode entrar em bolos e salgados e está presente em muitas linhas fit. Originária do Peru, vestígios comprovam sua utilização há cerca de 10 mil anos. Porém, ela ganhou o mundo quando foi levada à Europa pelos espanhóis, no século XVI. E agora, com o retorno do uso de ingredientes locais, e com a busca por uma alimentação mais saudável e nutritiva, ela encontrou seu espaço, dividindo a cena com a onipresente batata-inglesa.
O sabor adocicado combina bem com canela, mel, coco e noz-moscada. Por isso, a batata-doce é usada na produção de doces com sabor de infância. Ela pode substituir a batata-inglesa em preparações como sopa, bacalhoada, purê e até saladas.
Caçarola de batata-doce, abóbora e ovos - ingredientes:
Modo de preparo: em uma panela grande e rasa, coloque um fio de azeite e refogue a cebola e o alho. Coloque os tomates e a batata-doce cortada em cubinhos. Coloque 1 xícara de água quente e tampe. Abaixe o fogo e deixe 6 minutos. Coloque a abóbora cortada em cubos e inclua a pimenta e sal. Mexa e deixe cozinhar mais cerca de 8 minutos ou até a abóbora e a batata estarem macias.
Abra a panela e coloque a salsinha picada. Mexa. Depois, quebre os ovos, um a um. Tempere com sal e tampe novamente, em fogo baixo por alguns minutos até os ovos cozinharem sem as gemas ficarem muito duras. Sirva quente, acompanhado de fatias de pão.
Sopa creme de batata-doce e queijo - ingredientes:
Modo de preparo: refogue alho no azeite e coloque as batatas e o caldo. Deixe as batatas cozinharem até ficarem macias. Bata no liquidificador até virar um creme e volte à panela. Acerte o sal e coloque salsinha e, se quiser, tempere com pimenta-do-reino moída. Sirva com o queijo ralado por cima.
Matéria produzida para a Revista Beach&Co - Edição 171/Setembro 2016; a autora é jornalista, cronista, gastrônoma, sommelièr e coautora do Livro Santos Paladares.