Baleia jubarte foi encontrada sem vida na praia de Pernambuco, em Guarujá, na terça-feira (24); animal era uma fêmea, com 9,67 metros
Uma baleia jubarte (Megaptera novaeangliae) foi encontrada encalhada, já sem vida, na praia de Pernambuco, em Guarujá, no litoral de São Paulo, na terça-feira (24). Segundo informações do Instituto Gremar, responsável pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) naquela região, a baleia tinha um petrecho de pesca preso à cauda (pedúnculo caudal).
Técnicos de campo do Gremar identificaram que a jubarte era uma fêmea, com 9,67 metros. O petrecho encontrado preso ao animal é típico de pesca de espinhel (aparelho de pesca que consiste em uma corda comprida, ao longo da qual estão fixadas linhas com anzóis).
Ainda de acordo com o Gremar, o exame de necropsia só foi realizado na quarta-feira (25), por questões de segurança em relação às condições da maré. Amostras foram coletadas e serão analisadas posteriormente para avaliar com mais precisão o que de fato causou a morte do animal.
O pedúnculo caudal é uma região muscular das baleias que fica localizada após a nadadeira dorsal, que junto com a nadadeira caudal, permite que as baleias nadem. Esta parte da nadadeira é a principal responsável pelo movimento de natação das baleias e é fundamental para a propulsão. A forma e o tamanho do pedúnculo caudal variam entre as diferentes espécies de baleias.
As baleias movem o pedúnculo caudal de cima para baixo para impulsionar a água para trás, o que as empurra para a frente. Isso cria a força necessária para nadar e se deslocar pela água
Outra curiosidade é que a nadadeira caudal da jubarte é quase uma "impressão digital". Ela é uma parte única do animal e permite que cada baleia da espécie possa ser identificada.
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
O projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. É realizado desde Laguna, em Santa Catarina, até Saquarema, no estado do Rio de Janeiro, sendo dividido em 15 trechos. O Gremar monitora o Trecho 9, compreendido entre São Vicente e Bertioga.
Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos nessa região, entre em contato com o Instituto Gremar pelos telefones 0800 642 3341 ou (13) 99711 4120.