Ecossistema presente ao longo do canal de Bertioga e rios afluentes é habitat de diversas espécies e desempenha papel importante na regulação do clima
Redação
Publicado em 29/11/2024, às 14h54 - Atualizado às 15h12
O manguezal, um dos ecossistemas mais importantes na regulação do clima, se tornou tema de um livro que será distribuído a partir do próximo ano nas escolas de Bertioga, no litoral de São Paulo. No manguezal tem água, tem lama, tem vida e tem trama, foi inspirado no projeto Barco Escola Arca do Saber e conta com várias ilustrações para mostrar, de forma lúdica, a importância da preservação do meio ambiente.
O livro explora a fauna, a flora e os processos ecológicos que ocorrem no manguezal, destacando sua importância para o equilíbrio ambiental. A publicação também aborda a conexão do manguezal com o oceano e com a Mata Atlântica, para ampliar a compreensão dos alunos sobre a interdependência dos ecossistemas.
Mangue
O manguezal, presente ao longo do canal de Bertioga e rios afluentes (Itapanhaú, Itaguaré e Guaratuba), é rico em biodiversidade - serve de habitat e berço para diversas espécies de aves, peixes, crustáceos e moluscos. Estudos indicam a presença de 15 a 19 espécies de caranguejos nos manguezais da região. A área também é um importante ponto de parada para aves migratórias, e de alimentação, entre as espécies, destaca-se o guará (Eudocimus ruber), símbolo da conservação dos manguezais da região.
Conforme informações constantes no Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) Marinha Litoral Centro, administrada pela Fundação Florestal, o mangue desempenha papel importante na proteção da costa contra erosão, na filtragem da água e na regulação do clima, além de contribuir para a pesca e a biodiversidade. Em todo o mundo, tem sido cada vez mais destacado por sua função de sequestrador e estocador de carbono, o que auxilia na mitigação das mudanças climáticas.
Apesar de sua importância, o manguezal de Bertioga enfrenta ameaças como a expansão urbana desordenada, a poluição e a especulação imobiliária. A ocupação irregular das margens do rio Itapanhaú e a instalação de estruturas náuticas, como marinas, sobre áreas de manguezal, são exemplos de impactos negativos. Por isso, a educação ambiental colabora para que as crianças se tornem multiplicadores, conforme destacou Mylene Vaz Pinto Lyra, diretora de Educação Ambiental: “Agora, as crianças poderão compartilhar essa viagem com seus familiares e amigos, ampliando a conscientização sobre a importância da educação ambiental para a preservação do meio ambiente”.
Iniciado em 2013, o projeto Barco Escola Arca do Saber, realizado pela prefeitura em parceria com o Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro), utiliza uma chalana com capacidade para 36 pessoas, para oferecer um roteiro pedagógico que inclui navegação pelo canal de Bertioga e pela foz do rio Itapanhaú. Durante o passeio, alunos do 5º ano das escolas municipais, e do 7º ano, das estaduais, vivenciam, na prática, os conceitos aprendidos em sala de aula sobre o manguezal, o ciclo da água e a história da região.
O passeio também atende turmas de outras escolas públicas e privadas, além de entidades e universidades. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail [email protected].
