Cetesb realiza semanalmente a avaliação da qualidade das águas de 175 praias paulistas, localizadas em 15 cidades diferentes
Em pleno verão, a vontade de se refrescar com um bom banho de mar surge quase que diariamente. Mas, o surto de virose registrado neste início de ano, no litoral de São Paulo, tem assustado muita gente. Para se proteger, moradores e turistas estão de olho nas condições de balneabilidade das praias. Na semana passada, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), divulgou, em seu boletim semanal, que 51 praias estavam impróprias para o banho e ostentavam bandeira vermelha.
A companhia realiza semanalmente a análise da qualidade das águas das praias paulistas. São monitoradas 175 delas, localizadas em 15 cidades diferentes, com foco no grupo de bactérias chamado enterococcus, principal causadora de gastroenterite. De acordo com a doutora Claudia Lamparelli, gerente do setor de qualidade de águas litorâneas da Cetesb, a poluição no mar pode ser explicada por alguns fatores. “No verão, há aumento significativo na pluviosidade (quantidade de chuva que cai em uma determinada região durante um período específico), além do aumento do número de turistas, o que resulta em maior produção de esgoto. Esses dois fatores, combinados, acabam impactando negativamente a qualidade da água do mar”.
Ainda segundo Claudia, todo final de semana, técnicos coletam amostras de água do mar que são entregues a dois laboratórios, localizados em Cubatão e Taubaté, no Vale do Paraíba. Lá, elas são filtradas e, após 24 horas, é feita a contagem do número de bactérias fecais presentes. A análise da qualidade da água é baseada no critério da resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente, que só classifica a praia como própria para banho se, nas últimas cinco análises, pelo menos duas não passem de 100 enterococcus na água.
Se reprovada no teste de balneabilidade, a praia passa a ser sinalizada com bandeira vermelha. Já a bandeira verde significa que a praia foi aprovada e está apta para banho. A Cetesb recomenda que a população não entre no mar se a praia estiver classificada como imprópria.
A água contaminada por esgotos domésticos, ao atingirem as águas das praias, pode expor os banhistas a bactérias, vírus e protozoários. Estes microrganismos são responsáveis pela transmissão, aos banhistas, de doenças de veiculação hídrica, tais como gastroenterite, hepatite A, cólera, febre tifoide, entre outras.
A Cetesb lembra que, do ponto de vista de saúde pública, é importante considerar não apenas a possibilidade da transmissão dessas doenças, mas também a presença de organismos patogênicos oportunistas, responsáveis por dermatoses e outras doenças, como conjuntivite, otite e doenças das vias respiratórias.
A doença mais comum associada à água poluída por esgotos é a gastroenterite, que apresenta um ou mais dos seguintes sintomas: enjoo, vômitos, dores de estômago, diarreia, dor de cabeça e febre. Outras manifestações menos graves incluem infecções dos olhos, ouvidos, nariz e garganta.
O fato de a praia estar imprópria ao banho não significa que todas as pessoas que se banharem no local irão contrair alguma dessas doenças. Isso depende das condições imunológicas e do tipo de exposição de cada um (se fica muito tempo na água, se mergulha a cabeça, se engole água). A impropriedade significa que existe o risco de se contrair tais doenças.
Confira as principais orientações da Cetesb para evitar casos de gastroenterite:
Com informações de governo de SP