Jardins da orla homenageiam seis poetas santistas; conheça um pouco da história de cada um deles e onde as estátuas estão localizadas
Esther Zancan
Publicado em 28/11/2024, às 14h39 - Atualizado em 01/12/2024, às 08h35
A visão do mar sempre foi fonte de inspiração para poetas e escritores. E, os mais atentos já perceberam que os jardins da orla de Santos, os maiores à beira-mar do mundo, com 5.335km, respiram poesia. Em sua extensão, há seis estátuas de poetas santistas: Vicente de Carvalho, Zezinha Rezende e Lydia Federici, próximo ao canal 3 (av. Washington Luiz); Paulo Gonçalves, na praia do Embaré; Fábio Montenegro, nas imediações do canal 6 (Coronel Joaquim Monte Negro), perto do Aquário Municipal, e Martins Fontes, próximo ao canal 2 (av. Bernardino de Campos). Conheça um pouco sobre cada um deles.
Vicente de Carvalho com certeza é o mais conhecido deles. O ‘Poeta do Mar’ também foi político, jornalista, advogado e membro da Academia Brasileira de Letras. Se a cidade de Santos tem, hoje, esses belos jardins, muito se deve à figura de Vicente de Carvalho. Em 1921, preocupado com a especulação imobiliária, ele escreveu uma carta aberta ao presidente da República da época, Epitácio Pessoa, que estava na cidade, na qual solicitava a transferência da área da orla, que pertencia à União, para o município. “Paira sobre Santos a ameaça de ser privada da melhor das belezas de sua terra, da linda praia da Barra, joia doada pela natureza...”, escreveu. Seu protesto foi ouvido e atendido. O presidente transferiu a concessão da área, que corresponde aos jardins da praia, ao município, em 20 de janeiro de 1922, colocando fim ao risco de ela se tornar particular.
Já Zezinha Rezende era sobrinha-neta de Vicente de Carvalho, fundou a Academia Santista de Letras e escreveu crônicas para o jornal A Tribuna por 45 anos. Lydia Federici publicou a coluna Gente e Coisas da Cidade, no jornal A Tribuna, de 1961 a 2 de junho de 1994, quando teve um infarto horas depois de enviar sua última crônica para a redação.
Martins Fontes, além de poeta, era médico em Santos e bem-sucedido em ambas as carreiras. Seu enterro em 1937 provocou uma comoção na cidade. Já Paulo Gonçalves foi contemporâneo de Martins Fontes e era ainda teatrólogo e jornalista com atuação em A Tribuna e O Estado de S. Paulo.
Fábio Montenegro foi também funcionário das Docas de Santos. Morreu jovem, aos 29 anos, de problemas cardíacos. Sua estátua foi inaugurada na praça dos Andradas, no centro e, anos mais tarde, transferida para a praia.
Com informações de Arquivo e Memória de Santos
Esther Zancan
Formada pela Universidade Santa Cecília, Santos (SP). Possui experiência como redatora em diversas mídias e em assessoria de imprensa.
