DOM

Ídolos e paisagens do litoral viram arte pelas mãos de adolescente santista

A aptidão de Henry Felisbino para a arte ficou evidente já aos seus três anos de idade e, agora, aos 14, acumula diversas pinturas

Mayumi Kitamura
Publicado em 14/11/2023, às 13h41

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Henry registrou a entrega da pintura de Pelé aos netos do jogador - Instagram/@henryfelisbino_artes
Henry registrou a entrega da pintura de Pelé aos netos do jogador - Instagram/@henryfelisbino_artes

Muitas vezes, o dom é algo que tem a existência questionada: será que algumas pessoas realmente nascem com um talento natural? Existem artistas que desafiam essa dúvida, como Henry Felisbino, um adolescente santista de 14 anos que começou a mostrar a sua aptidão com apenas três anos de idade e, agora, já acumula diversas pinturas e desenhos, utilizando as mais variadas técnicas artísticas.

Uma tela em branco e o desejo de preencher com as nuances de luzes, sombras e cores que mais despertam a sua atenção é a motivação e inspiração que ele diz encontrar para pintar as suas telas. “Por exemplo, eu vejo um grafite [estilo de arte urbana] e já fico inspirado, ou vejo até mesmo uma pedra com [contraste de] luz e sombra e eu já gosto de pintar. Gosto também de ver monumentos, pessoas e arte abstrata, gosto muito de fazer e misturar muitos estilos”, contou Henry. 

A essa mistura, ele se refere não apenas aos estilos de desenho, que vão do clássico às referências de quadrinhos, mas também às técnicas, que ele gostaria de aprender um pouco de todas para poder utilizar na sua arte, o que ele define da seguinte forma: “eu não sigo só uma linha reta. Eu gosto de tinta a óleo, de grafite, de aquarela”.

Símbolos caiçaras e ídolos

O que o Forte São João de Bertioga e o eterno rei do futebol, Pelé, símbolo do time santista têm em comum? Além de serem arraigados, estabelecidos na memória dos moradores do litoral paulista, eles viraram arte pelas mãos de Henry que, inclusive, entregou o quadro em que retratou o jogador para seus netos, Octavio Felinto Neto e Gabriel Arantes. O encontro foi registrado e postado há três dias no perfil do adolescente no Instagram, @henryfelisbino_artes. Nos comentários da postagem Gabriel agradeceu novamente pelo carinho e Octavio comentou: “Que orgulho, parabéns pelo talento, meu irmão!!! Você é brabo”. 

Já o Forte São João é uma obra surgida pela inspiração do monumento histórico e a paisagem natural que o rodeia. “Eu estava andando ali pela área e acabei vendo o Forte no pôr do sol. Eu achei muito lindo o contraste de cores e acabei colocando isso e falei: eu quero fazer. Então peguei um quadro e fiz”, lembrou.

Estes são apenas alguns exemplos da obra do jovem talento, que vê na arte uma forma de expressão da própria imaginação e que já tem um grande sonho: um dia ser igualado ao nível de grandes mestres. “É uma ambição que eu tenho também, ser o maior artista do mundo - bom, um dos maiores, porque tem muitos aí. Mas vai que um dia eu seja o maior, não sei, vamos ver”, riu.

Longa história

Como a maioria das crianças, Henry rabiscou bastante as paredes da casa, mas seus pais notaram que não era algo tão simples. Seu pai, Anderson Felisbino, contou como foi a percepção de que havia um desejo muito maior em seu filho. “Colocava ele sobre uma cartolina e ele já queria desenhar. Ele riscava parede, banco, queria brincar com tintas, então já tínhamos uma noção de que ele gostava. Com o tempo fui percebendo; às vezes eu chegava em casa e ele mostrava o desenho para mim. Às vezes, até eu, como pai, duvidava”, recordou. 

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Talento da criança espantava colegas da família - Foto: Arquivo Pessoal

E o espanto pela aptidão do filho foi o mesmo sentimento que ocorreu às pessoas que o rodeavam quando levava Henry para o trabalho, na época em um salão. Disse ele: “As clientes, quando viam ele desenhando, não acreditavam. A dona ficava prá lá e prá cá: ‘meu Deus, esse menino vai ser um artista’. Uma vez, quando ele veio mostrar um Homem de Ferro [que havia desenhado] para mim, aos três anos. Eu vi os traços e pensei: ‘meu Deus’. Então, desde pequenininho ele já curtia arte”.

Atualmente, o jovem santista reside na cidade de Praia Grande onde, além de desenvolver suas artes, estuda, joga futebol e até arrisca um pouco de basquete. E assim, vai se formando uma nova promessa da arte do litoral paulista.

Mayumi Kitamura

Mayumi Kitamura

Jornalista formada na Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp - Guarujá) e técnica em Processamento de Dados. Atua na área de comunicação há mais de 20 anos.

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