Valiosas, elas redesenharam o mapa-múndi, foram importantes moedas de troca e têm o poder de transformar uma receita por completo
Por causa das especiarias, terras e povos foram descobertos, os mares foram singrados em todas as latitudes e longitudes e muito sangue foi derramado. Elas foram responsáveis pela mudança do desenho do mundo até então conhecido a partir do século XV, e tornaram a vida bem mais saborosa e saudável.
Atraídos por elas, os europeus enfrentaram todo tipo de adversidade na época das navegações. Suas embarcações percorreram grandes distâncias, e as tripulações lutaram contra vários povos e conquistaram muitos outros. Naquela época, meio quilo de noz-moscada era o suficiente para comprar sete bois. O cravo-da-índia valia seu peso em ouro.
Naqueles tempos, as especiarias eram valiosas porque davam sabor aos alimentos - muitas vezes mascarando o gosto de estragado -, tingiam peças de vestuário, conservavam a comida e, ainda, eram terapêuticas.
As viagens para o Oriente deram o pontapé para a descoberta do Novo Mundo, no qual havia pimentas frescas, folhas, cascas e favas. O leva-e-traz de portugueses e espanhóis acabou por globalizar a alimentação. E não há quem resista à combinação do frescor dos produtos da América combinados ao perfume das especiarias orientais.
No Brasil, elas passaram a fazer parte da doçaria nacional, aromatizando pudins, cremes e bolos. Quando pensamos em arroz-doce ou curau, por exemplo, sempre há a canela polvilhada por cima. Cada cultura tem suas misturas de especiarias, que conferem sabor único aos pratos. No Brasil, por exemplo, temos o chamado tempero baiano. Na Argentina, o chimichurri, e nos países árabes, o zattar.
Porém, a massala deve ser o mix que mais identifica uma culinária, sendo praticamente sinônimo de comida indiana. Então, vamos continuar na rota das especiarias e dar vida às receitas.
Esfiha de carne - ingredientes:
Ingredientes da massa:
Modo de preparo do recheio: refogue levemente a cebola na manteiga, junte a carne, o tomate e os temperos. Tire do fogo e junte a coalhada e o tahine. Acrescente o suco de limão e misture bem com as mãos, para que o tahine se espalhe por todo o recheio.
Modo de preparo da massa: misture a farinha com o fermento biológico dissolvido e misture. Junte os demais ingredientes e amasse. Quando a massa não grudar mais nas mãos e começar a formar bolhas, deixe-a descansado, coberta com um pano por uma hora. Depois de descansada, pegue a massa e corte em pequenos pedaços do tamanho de nozes grandes.
Abra a massa com um rolo até ficar com um diâmetro de cerca de 15 centímetros e com meio centímetro de altura.Coloque o recheio no centro da massa e feche-a no formato de um triângulo. Unte uma assadeira com óleo vegetal ou manteiga. Pincele um pouco de óleo vegetal ou manteiga sobre a massa da esfiha. Leve ao forno pré-aquecido a 250° C e retire quando estiver no ponto desejado.
Bolo de iogurte com açafrão da terra e calda perfumada - ingredientes:
Calda de frutas:
Matéria produzida para a Revista Beach&Co - Edição 129/Março 2013; a autora é jornalista, cronista, gastrônoma, sommelièr e coautora do Livro Santos Paladares.