OS SEM CARNAVAL

Praias quase intocadas, trilhas, exposições; opções para fugir da folia em Ubatuba

Trilha das Sete Praias leva a cenários surreais. Norte da cidade possui praias tranquilas e contato com comunidades caiçaras

Reginaldo Pupo
Publicado em 14/02/2025, às 08h19

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Praia da Lagoinha, onde começa a trilha das Sete Praias - Reginaldo Pupo
Praia da Lagoinha, onde começa a trilha das Sete Praias - Reginaldo Pupo

O Carnaval reúne, anualmente, milhares de turistas nas praias do litoral norte de São Paulo, provoca filas no comércio, congestionamentos e rede hoteleira lotada. Mas nem todo mundo gosta desta agitação e prefere viajar para destinos turísticos onde não existe folia. Se não tiver como fugir da praia, no Carnaval, por acompanhar parentes ou familiares na região, não se sinta sozinho(a). Reunimos um roteiro em Ubatuba com dicas sobre atrativos mais tranquilos, longe da badalação. São exposições, passeios, trilhas e muita história.

Para quem não abre mão da praia e quer ficar distante das mais agitadas, uma boa dica é um roteiro para quem gosta do mar e de percorrer trilhas. A trilha das Sete Praias reúne essas duas paixões, que colocam os turistas em uma verdadeira imersão na natureza. O roteiro começa na praia da Lagoinha e passa por praias praticamente intocadas, com águas transparentes ou esverdeadas. A trilha passa pelas praias do Oeste, Peres, Bonetinho, Grande Bonete, Cedro e finaliza na  da Fortaleza. O passeio pode ser contratado com a guia de turismo Emanuelle Briet, da Costa Verde Caiçara Ecoturismo (12 9-9724 4445), que é credenciada e já realizou dezenas de passeios com grupos de turistas.

No percurso, além de cenário surreal, os turistas passam por várias nascentes de água doce. O tempo do percurso varia de quatro a cinco horas, dependendo da disposição de cada um, pois há trechos com níveis de média dificuldade. Mas todo esforço vale a pena. É muito importante levar protetor solar, repelente e água, além de usar roupas leves, chapéus ou boné para se proteger do Sol.

Praias tranquilas

Outras opções de praias tranquilas, para quem estiver em Ubatuba, situadas na região norte, quase divisa com Paraty (Rio de Janeiro), são uma ótima pedida. A maioria delas é cercada pelo verde intenso ainda preservado da Mata Atlântica. Muitas guardam a tradicional cultura caiçara e até comunidades quilombolas.

Praia do Peres, uma das que compõem a Trilha das Sete Praias, em Ubatuba - Foto Reginaldo Pupo
Praia do Peres, uma das que compõem a trilha das Sete Praias, em Ubatuba - Foto Reginaldo

Mais acessível, a praia de Picinguaba tem pequena faixa de areia, onde há uma comunidade que sobrevive da pesca. Bucólica, é convite ao descanso, enquanto se observa o vai e vem dos barquinhos de pesca.

É de lá que saem alguns barcos que fazem passeios para algumas ilhas da cidade, entre elas, a ilha Das Couves. Com seu mar calmo, é possível fazer mergulhos com snorkel e se deparar com peixinhos e tartarugas. Além Das Couves, há outras ilhas  pelo litoral de Ubatuba para você chamar de “sua”’.

Na ilha do Prumirim, localizada em frente à praia de mesmo nome, é possível fazer mergulhos de snorkel e observar variedade de peixes e tartarugas. O lugar é realmente incrível e a areia dura proporciona até mesmo uma caminhada de uma ponta a outra da faixa de areia. Diversos chapéus-de-sol, localizados em uma pequena vila de pescadores, proporcionam sombras para os dias de Sol a pique.

O verde intenso do mar salta aos olhos. A praia que circunda a ilha é calma, praticamente não tem ondas, e é perfeita para famílias com crianças. O lugar tranquilo é um convite à reflexão e ao descanso. A ilha não tem fonte de água potável, mas há um bar de caiçaras por ali. Não esqueça de levar protetor solar, snorkel e muita água.

Conheça outros atrativos

Gruta que ChoraA Gruta que Chora é um atrativo pouco conhecido de Ubatuba e vale a pena visitá-la pela manhã ou final da tarde, quando a praia do Lázaro, acesso para o atrativo, fica mais vazia. A gruta tem o formato de um

grande funil, virado de boca para a praia, e as suas paredes são de segmentos vulcânicos.

Quando são emitidos sons em seu interior, em função desta vibração sonora, as paredes vibram fazendo com que a água nascente que passa por cima da gruta caia do teto. Mesmo sem a emissão de som em seu interior, o teto da gruta está sempre pingando, por causa dos ruídos das violentas ondas da praia da Sununga, situada ao lado, que se quebram na areia e na costeira. 

Ruínas da Lagoinha - As Ruínas da Lagoinha estão localizadas na região sul de Ubatuba e são compostas pelo que restou do antigo engenho da Fazenda do Bom Retiro e dos pilares do que teria sido a primeira fábrica de vidros do Brasil. A fazenda foi construída em 1828 e é remanescente de uma Ubatuba próspera, quando seu porto exportava a produção valeparaibana, trazida pelos tropeiros. Nesta fazenda, foram produzidas toneladas de açúcar e cachaça pela mão-de-obra escrava. Atualmente, as ruínas são tombadas pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo). O local é aberto para visitações e tem sido cenário para filmes e ensaios fotográficos.

Barra dos pescadores – Lugar ideal para apreciar a vila de pescadores, colocar a leitura em dia ou curtir o pôr do sol. A Barra do Rio Grande, ou Barra dos Pescadores, é um dos três pontos principais de desembarque de pescados e porto para as embarcações de pesca. Compondo a barra, encontra-se a ilha dos Pescadores onde fica localizado o Mercado Municipal de Pescados e a sede da Colônia de Pescadores Z10 Ministro Fernando Costa.

Historicamente, ao longo do século XVIII, a produção agrícola de São Paulo cresceu e a baía de Ubatuba se transformou no mais movimentado porto da Capitania de São Vicente. Em 1789, entretanto, o governo de Lorena determinou que toda exportação só poderia ser feita pelo porto de Santos.

Casa da Farinha - A Casa de Farinha é um antigo engenho de cana-de-açúcar do início da colonização do país e passeio imperdível para quem gosta de história. No local ainda é possível observar algumas ruínas e uma roda d ́água com todas as ferramentas necessárias para a fabricação de farinha de mandioca.

Casa da Farinha, que surgiou em fazenda centenária de Ubatuba - Foto Reginaldo Pupo

Atualmente, a Casa da Farinha é utilizada pelos produtores locais de mandioca e também apreciada como objeto histórico que, tendo sido restaurada, reintroduziu uma tecnologia patrimonial de importante valor cultural, social e econômico. O atrativo fica no Sertão da Fazenda, em uma estrada secundária de 2,3km, a partir do km 12 da rodovia Rio-Santos.

Casarão do Porto – Outro atrativo imperdível para os apaixonados por história é o Sobradão do Porto. Após ser concluído em 1.846 e tombado pelo patrimônio histórico, passou a se chamar Casarão do Porto, que, atualmente, oferece espaço para exposições de arte, artesanato, fotografia, além de oficinas culturais, cursos e concursos que incentivam a produção artística, o resgate e valorização da cultura caiçara e suas tradições. Ele fica na praça Anchieta, 38, centro, e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h. Informações pelo telefone (12) 3832 7733.

Igreja matriz - A primeira igreja matriz de Ubatuba, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, localizava-se onde hoje se encontra o cruzamento das ruas Conceição e Salvador Corrêa, correspondendo aos fundos da Câmara Municipal. A atual,  foi construída no século XVIII (1700). Vale a pena fazer uma visita e conhecer seu interior. Ela está situada na rua Maria Alves, 125, centro; informações sobre as visitas podem ser obtidas pelo telefone (12) 3832 1325.

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