REPERCUSSÃO NACIONAL

Motorista acusado de agredir idoso em Praia Grande é identificado e procurado

Homem de 21 anos também é suspeito de agredir ex-namorada, quebrar móveis da casa da avó, desacatar GCMs, estelionato, lavagem de dinheiro e associação criminosa

Reginaldo Pupo
Publicado em 15/02/2025, às 08h22 - Atualizado às 11h42

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Agressões de repercussão nacional ocorreram no bairro Aviação - Reprodução/Redes Sociais
Agressões de repercussão nacional ocorreram no bairro Aviação - Reprodução/Redes Sociais

A Polícia Civil de São Paulo realiza diligências para prender o motorista de 21 anos, procurado por tentativa de homicídio após agredir Argemiro Soares da Silva, de 78 anos, na última quarta-feira (12), em frente ao prédio da vítima, localizado em Praia Grande, na Baixada Santista. O pedido de prisão temporária foi expedido pela Vara do Júri, Execuções, Infância e Juventude de Praia Grande.

Argemiro foi brutalmente agredido com socos e chutes, após se queixar com o motorista sobre o alto som produzido pelo escapamento da Porsche Cayman que ele dirigia pela avenida Presidente Castelo Branco, no bairro Aviação. Segundo moradores do prédio, o agressor  causava incômodo na vizinhança ao acelerar o carro repetidas vezes.

Investigadores identificaram o suspeito após acompanhar, por meio de câmeras de monitoramento e de alguns estabelecimentos comerciais, o trajeto percorrido por ele, que havia deixado Praia Grande logo após as agressões em direção à capital.  O pedido de prisão foi expedido pelo juiz Felipe Esmanhoto Mateo, que determinou aos oficiais de justiça, ou outra autoridade policial, que prenda o agressor e o encaminhe a uma unidade prisional. 

O autor das agressões poderá responder pelo crime de tentativa de homicídio. Na justificava do pedido de prisão, o juiz identificou quatro agravantes: motivo fútil; meio cruel; impossibilidade de defesa da vítima e idade da vítima.

Histórico de crimes

A agressão contra Argemiro da Silva não seria a primeira cometida pelo homem. Ele tem vasto histórico de crimes registrados na Polícia Civil. O jovem é acusado de agredir uma ex-namorada em duas ocasiões, de quebrar móveis na casa da própria avó, de desacatar GCMs, em Belo Horizonte, e até cometer fraudes pela internet. 

O caso mais recente ocorreu em janeiro, em Belo Horizonte, cidade na qual o Porsche envolvido no incidente de Praia Grande está registrado em nome de outra pessoa. Segundo levantamento feito pela Polícia Civil de São Paulo, ele desacatou GCMs após ser advertido que o carro estava estacionado sobre a faixa de pedestres. 

Ele teria se exaltado quando os agentes solicitaram que ele retirasse o carro do local proibido, sob o risco de ser multado. Os guardas relataram ter sido empurrados pelo motorista e chamados de “pobres”, conforme consta no boletim de ocorrência. Ainda segundo o documento, ele afirmou não ser habilitado, mas que tinha dinheiro e influência. No entanto, sua suposta conta bancária e seus contatos não o livraram de ser conduzido à delegacia de polícia, onde a ocorrência por desacato à autoridade foi registrada. Ele foi liberado em seguida.  

Outra ocorrência foi em 2023, quando ele foi denunciado por danos após quebrar móveis, eletrodomésticos e objetos da casa da própria avó, depois de ter seu pedido de morar com ela e uma namorada grávida ser negado. Ele fugiu antes da chegada da polícia. A avó de 78 anos, disse, à época na polícia, que o neto sempre deu trabalho. Ela contou que, em 2021, já havia procurado a polícia após ter sido ameaçada pelo neto, que morava em sua casa e que teria problemas com bebidas alcoólicas. 

Em 2022, ela chegou a conseguir uma medida protetiva contra o neto, mas apesar de o caso ter sido registrado na Delegacia de Proteção ao Idoso, o processo não prosseguiu porque ela não representou contra o neto por, segundo ela, “oferecer uma nova oportunidade” a ele. 

Namorada agredida 

A coleção de boletins de ocorrência aumentou quando a ex-namorada grávida, de 22 anos, registrou duas queixas contra ele por agressão. Na primeira vez, em 2021, ela disse que o acusado a prendeu no banheiro de um estabelecimento. Ela teria recebido chutes e socos e precisou ser socorrida por populares que passavam pelo local. 

A segunda agressão teria ocorrido dentro da casa dela. Segundo seu relato, ele teria invadido seu imóvel enquanto ela estava trabalhando em outro local. Quando retornou do trabalho, ela teria recebido uma série de agressões. Ela contou na denúncia que o companheiro teria ameaçado jogá-la pela janela.

O exame de corpo de delito, necessário para a comprovação das lesões, não teria sido feito pelo IML (Instituto Médico Legal) porque a vítima foi socorrida pelo pai, que a levou para o hospital. A ex-namorada, que estava grávida na primeira agressão, teve o filho e Richard nunca ofereceu suporte financeiro à criança. 

Golpes em falsos empréstimos

Policiais militares da cidade de São Paulo abordaram, em 2023, um carro conduzido por ele, que estava acompanhado por outro homem. Antes da abordagem, no entanto, a dupla não  obedecera  ordens de parada dadas pelos PMs e iniciou fuga. Após perseguição, o carro, de modelo popular, foi parado pela viatura. Após revista no interior do veículo, os policiais encontraram R$ 5 mil em espécie e três cartões de crédito.

Na abordagem, o homem que o acompanhava confessou ser um laranja e que emprestava sua conta bancária para ele aplicar golpes em sites de vendas on-line, oferecendo empréstimos a particulares que deviam pagar uma quantia que garantiria a liberação dos valores. De acordo com a investigação, sua namorada também participaria do esquema. Os valores que eles conseguiam obter por meio ilícito eram desviados para a conta bancária dela e da avó do suspeito.  

A reportagem não conseguiu localizar a defesa do acusado. O espaço estará aberto em caso de manifestação.

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