Litoral norte

Guarda-vidas alerta sobre correntes de retorno no litoral norte de SP

Em vídeo nas redes sociais, Mário Freitas demonstra como identificar locais no mar com correntes de retorno e atinge mais de 500 compartilhamentos

Estéfani Braz
Publicado em 30/01/2024, às 14h12

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Saber identificar uma corrente de retorno na praia pode fazer toda a diferença - Arquivo / CN
Saber identificar uma corrente de retorno na praia pode fazer toda a diferença - Arquivo / CN

As correntes de retorno são causas da maioria das ocorrências de afogamento, no litoral paulista, cerca de 90%, segundo o GBMar (Grupamento de Bombeiros Marítimo). E, durante a temporada de verão, os indíces de salvamentos apresentam crescimento significativo. Para se ter uma ideia, de 1 a 25 de janeiro, 350 pessoas foram resgatadas em ocorrências de afogamento e duas mortes  foram registradas no litoral norte paulista.

Para orientar banhistas e turistas, um guarda-vidas temporário (GVTD), do Corpo de Bombeiros do estado de São Paulo, Mário Freitas, levou o alerta para as redes sociais. Em seu perfil pessoal, ele mostra locais no mar com correntes de retorno e orienta banhistas sobre como identificar o perigo. Uma das publicações ultrapassou as 50 mil visualizações e 500 compartilhamentos (assista abaixo).

Segundo ele, as gravações objetivam conscientizar as pessoas sobre a dinâmica das marés. “Diante dessa realidade, vi a necessidade de fazer a minha parte, no tocante a informar todos os que eu pudesse alcançar. Um simples vídeo, como este, pode salvar a vida de muitas pessoas; esta foi minha intenção genuína ao publicar os vídeos”.

Nas praias guarnecidas por equipes do GBMar, as correntes de retorno são sinalizadas pelos guarda-vidas. Ao assumir o posto, ele identifica onde há algum tipo de risco e coloca uma placa de 'perigo' em frente para sinalizar.

Setas mostram trechos de mar que representam correntes de retorno
Imagens cedidas / GBMar

Mas, caso não haja placas, Freitas dá dicas sobre como identificar uma corrente de retorno. “A primeira coisa é observar a lâmina superior da água, se há muita movimentação na superfície da água em sentidos diversos - principalmente, retorno para a região mais profunda -, então, é um grande indício de existir uma corrente de retorno. A segunda maneira que indico é observar as ondas e a espuma formada por elas; neste caso, onde há canal e buraco não há tanta formação de ondas e, quando existe onda, a espuma se desfaz rapidamente. Já no banco de areia, não há um grande fluxo de água retornando e acaba preservando as espumas por maior tempo”.

A capitã PM Karoline Burunsizian Magalhães, porta-voz do Grupamento de Bombeiros Marítimo, ressaltou que o maior número de ocorrências durante o mês de janeiro, em relação aos outros meses, relaciona-se à maior movimentação nas praias, e explica a influência das marés neste fator: “O risco que ela costuma oferecer, principalmente, no que chamamos de marés de lua, que são marés de maior variação durante o dia. Elas formam uma correnteza, que pode puxar as pessoas para o fundo, e as pessoas acabam se afogando, se desesperando, porque não dá pé”.

Outras causas relacionadas a ocorrências de afogamento são a inexperiência no mar e a ingestão de bebidas alcoólicas. A orientação do GBMar é para que, sempre que visualizar uma pessoa se afogando, um salva-vidas seja acionado. Outra indicação, para quando o banhista chegar à praia, é de sempre procurar um guarda-vidas para esclarecer onde há perigo.

Ilustração mostra mar visto do alto com indicação de correntezas.
Imagens cedidas / GBMar

A redução no número de mortes, após a implementação do serviço de proteção à pessoa, mostra a importância do trabalho de prevenção realizado nas praias e a necessidade de se respeitar as orientações dos guarda-vidas. “Quando se iniciou esse trabalho, nós tinhamos uma média de 400 mortes por afogamento por ano. Depois do serviço implementado em todas as cidades, e colocado temporário para trabalhar com a gente, nós saimos dos 400 para abaixo de 90”, ressalta a capitã Karoline.

Estéfani Braz

Estéfani Braz

Formada em Comunicação Social na Faculdades Integradas Teresa D'Ávila

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