Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo explica a diferença entre surto, epidemia, endemia e pandemia; veja dicas para evitar viroses
Esther Zancan
Publicado em 09/01/2025, às 14h54 - Atualizado às 15h01
O surto de virose que vem sendo registrado no litoral de São Paulo, no início deste ano, tem assustado moradores e turistas. A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou, na quarta-feira (8), por meio do Instituto Adolfo Lutz, a presença de norovírus em fezes humanas coletadas nas cidades de Guarujá e Praia Grande, causador de gastroenterite. Mas quando a situação de surto é determinada?
O Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do estado de São Paulo explicou ao Portal Costa Norte que, de maneira geral, um surto é caracterizado pelo aumento repentino de casos de uma determinada doença, acima do esperado para aquelas condições. Pode ser em locais pequenos, como escolas, creches e hospitais, ou até mesmo em regiões de uma cidade. Mas, para ser considerado epidemia, os número de casos de uma determinada doença precisam aumentar de forma inesperada e atingir diversas regiões. Dependendo do agente causador, pode atingir várias cidades ou estados. Um exemplo foi a epidemia de dengue em 2024.
O CVE explicou também sobre as endemias, situação na qual há a presença constante de uma doença em uma determinada região. Por fim, existe ainda a pandemia, que é a propagação global de uma nova doença, ultrapassando a barreira do país onde foi originalmente identificada e atinge diversos continentes. O melhor exemplo é a recente pandemia de covid-19. Prefeituras, governos estaduais e o federal, podem definir surtos e epidemias, mas apenas a Organização Mundial da Saúde (OMS) pode decretar uma pandemia.
O governo de São Paulo orienta a população a redobrar os cuidados com a higiene pessoal e observar as condições sanitárias de bares e restaurantes. De acordo com Alessandra Lucchesi, diretora da Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar da Secretaria de Estado da Saúde, é essencial que os banhistas também tomem precauções adicionais. “Não é recomendado tomar banho de mar nas 24 horas após períodos de chuva. Além disso, a lavagem das mãos deve ser intensificada, e o consumo de água deve ser limitado àquela de procedência confiável, preferencialmente, mineral ou filtrada”, orienta. “Os alimentos também devem ser preparados e armazenados de forma adequada, sempre refrigerados.”
Caso apresente algum sintoma como diarreia, mal-estar, dor abdominal, náuseas e vômito, é essencial reforçar a hidratação. Se os sintomas piorarem, é necessário procurar atendimento médico. Os banhistas devem ficar atentos às sinalizações sobre a qualidade da água do mar. Os locais com bandeira verde são considerados próprios para banho, já os com bandeira vermelha devem ser evitados.
Confira as principais orientações para evitar casos de gastroenterite:
Esther Zancan
Formada pela Universidade Santa Cecília, Santos (SP). Possui experiência como redatora em diversas mídias e em assessoria de imprensa.