GASTROENTERITES

Norovírus: virose no litoral de SP afeta mais de 11 mil pessoas

Governo estadual confirmou a presença do norovírus em amostras de fezes colhidas em duas cidades; vírus é responsável por causar gastroenterites

Lenildo Silva
Publicado em 09/01/2025, às 13h59

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Transmissão do norovírus ocorre pela ingestão de água do mar e alimentos contaminados - Pedro Rezende
Transmissão do norovírus ocorre pela ingestão de água do mar e alimentos contaminados - Pedro Rezende

O litoral de São Paulo enfrenta surto de virose desde dezembro de 2024. Até o momento, mais de 11 mil casos de sintomas como diarreia, náuseas e vômito foram registrados nas cidades da Baixada Santista e litoral norte. Na quarta-feira (8), a Secretaria de Estado da Saúde (SES) de São Paulo confirmou a presença de norovírus em amostras de fezes coletadas em Guarujá e Praia Grande, pelo Instituto Adolfo Lutz (IAL). O norovírus é conhecido por causar gastroenterites, com sintomas de náusea, vômito, diarreia e dor abdominal.

De acordo com as prefeituras das cidades afetadas, a transmissão ocorre pela ingestão de fezes, geralmente, por meio da água do mar e de alimentos contaminados. Regiane de Paula, coordenadora da Coordenadoria de Controle de Doenças da SES, destacou a importância das investigações em parceria com a Cetesb, Sabesp e os municípios, para identificar a fonte da infecção.

Norovírus

O norovírus é altamente contagioso, transmitido por via oral-fecal, e gera sintomas que, embora leves na maioria dos casos, requerem atenção especial em grupos de risco como crianças e idosos. Guarujá foi a cidade mais afetada, com mais de 2 mil casos reportados. O tempo de espera em algumas unidades de saúde chegou a 4 horas. Além disso, uma mulher de 29 anos, que estivera no litoral, faleceu no interior de São Paulo, após apresentar quadro de virose.

Em Santos, 1.930 atendimentos relacionados a viroses foram registrados, colocando-a como a segunda cidade mais afetada. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que a capacidade atual é suficiente para atender a demanda, sem necessidade de internações.

Mongaguá registrou 1.783 atendimentos desde 23 de dezembro, representando 15% dos atendimentos no período. A secretaria local atribui o aumento ao grande fluxo de turistas, sem registros de internações.

São Vicente confirmou 1.460 casos desde o início de dezembro, com apenas uma internação e situação sob controle. Em Itanhaém, foram 1.145 atendimentos desde janeiro, priorizando grupos vulneráveis nas unidades de saúde.

Cubatão contabilizou 915 casos na primeira semana de janeiro, sem necessidade de internação ou reforço nas equipes de saúde.

Praia Grande relatou  queda nos atendimentos de urgência e emergência nos últimos dias, sem caracterizar o surto como emergencial. Medidas preventivas estão sendo reforçadas, incluindo orientações sobre qualidade da água do mar e armazenamento adequado de alimentos.

Já a prefeitura de Bertioga informou que, desde o início de dezembro de 2024, até a terça-feira (7), foram atendidos 707 pacientes com sintomas de diarreia e gastroenterite no hospital municipal. Ainda segundo a secretaria, não há informação de pessoas internadas por causa da doença.

Alerta

Na segunda-feira (6), secretários de saúde da região e representantes do governo estadual se reuniram para discutir ações contra os casos agudos de gastroenterocolite. Alessandra Lucchesi, da Secretaria de Estado da Saúde, fez alertas sobre os riscos de banho de mar após chuvas e o preparo adequado dos alimentos.

Recomenda-se evitar alimentos mal cozidos, manter a refrigeração adequada e priorizar a higiene pessoal. Água filtrada e a observação da procedência de alimentos e bebidas são fundamentais para prevenir novas infecções. Medidas de prevenção são cruciais para controlar o surto, protegendo a saúde de moradores e turistas. A Secretaria de Saúde enfatiza a importância de seguir as recomendações para evitar a disseminação do norovírus na região.

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Lenildo Silva

Lenildo Silva

Estudante de jornalismo na Faculdade Estácio

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