FÉRIAS DE JULHO

Frio, fome, cansaço e tempo fechado: pinguins vivem perrengues típicos de humanos no litoral de SP

Primeiros pinguins-de-Magalhães deste ano foram resgatados pelo Biopesca esta semana, e comparação com perrengues vividos por turistas foi inevitável

Pinguim na praia
Pinguins chegaram debilitados, magros e cansados devido à longa viagem migratória - Reprodução/Instituto Biopesca

Praticamente todos os que, algum dia, já foram turistas no litoral de São Paulo, já passaram por uma situação assim. A ideia era aproveitar as férias escolares de julho para descansar à beira-mar e fugir de um clima mais severo, porém, depois de encarar uma viagem exaustiva, o frio, a fome e o cansaço imperam e, para completar, ainda se depara com um tempo fechado na praia. Mas, a verdade é que não é só você que já enfrentou algo do tipo. Os pinguins também vivem perrengues típicos de humanos.

O Instituto Biopesca brincou com a situação em suas redes sociais. Na segunda-feira (30), os três primeiros pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) deste ano foram resgatados em praias de Praia Grande e Mongaguá. Os pinguins estavam debilitados, magros e cansados devido à longa viagem migratória.

Pinguins
Pinguins chegaram exaustos da viagem mas logo foram levados para um "spa" - Reprodução/Instituto Biopesca

O instituto postou uma foto de um dos pinguins com a seguinte legenda: "Quando você só queria férias no litoral, porém chega exausto, com fome e frio por causa da viagem...”. Na sequência de fotos, o Biopesca segue no tom divertido. De acordo com o instituto, um dos pinguins resgatados tinha marcas de interação com rede de pesca. Eles foram levados para a sede do Biopesca, em Praia Grande, para estabilização clínica e colocação de anilha de identificação. 

Pinguim
Tratamento recebido pelos pinguins foi "vip" - Reprodução/Instituto Biopesca

O Biopesca lembra que nesta época do ano, os pinguins vêm da Patagônia, na Argentina, migrando dos mares frios para as águas mais quentes do litoral do Brasil para se alimentar. Até meados de setembro, será bem comum encontrá-los nas praias do litoral de São Paulo. A maior parte deles é juvenil e essa é sua primeira migração, uma viagem que pode ser bem exaustiva.

Pinguins
Pinguins deixam a Patagônia para "turistar" no litoral de SP - Reprodução/Instituto Biopesca

O instituto divulgou algumas recomendações para quem se deparar com um deles nas praias, recomendações essas que podem ajudar a salvar a vida deles:

  • Não o devolva para a água;
  • Não o coloque no gelo, no freezer, no cooler ou em qualquer outro lugar com gelo;
  • Não o alimente e nem tire fotos com flash;
  • Acione imediatamente a instituição que pode ajudá-lo, a exemplo do Instituto Biopesca (entre Peruíbe e Praia Grande).

Instituto Biopesca

O Instituto Biopesca é uma das instituições executoras do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.

Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos.

O projeto é realizado desde Laguna, em Santa Catarina, até Saquarema, no Rio de Janeiro, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Biopesca monitora o Trecho 8, compreendido entre Peruíbe e Praia Grande. Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos, mas debilitados, ou mortos, entre em contato pelo telefone 0800 642 3341 (horário comercial) ou pelo celular (13) 99601 2570 (24h, WhatsApp e chamadas a cobrar).

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