SOL EM TRANSE

Explosão solar desta semana reacende alerta: tempestades solares podem paralisar o mundo?

Explosão solar causou interrupções de rádio no Pacífico e reacende alertas sobre os impactos de eventos como o Efeito de Carrington, de 1859

Sol
A mais intensa tempestade solar já registrada na Terra é conhecida como Evento de Carrington - Imagem ilustrativa/Unsplash

Nesta terça-feira, 17 de junho, o Sol liberou uma poderosa explosão, o que provocou interrupções nas comunicações de rádio na região do Pacífico, de acordo com informações apuradas pelo site Canaltech. O fenômeno reacendeu um alerta na humanidade: será que as tempestades solares podem paralisar o mundo da forma como conhecemos atualmente? 

A explosão solar teve origem em um grupo de manchas solares. Segundo o Centro de Previsão de Clima Espacial da NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA), o estado americano do Havaí foi onde os impactos mais intensos foram registrados.

O site Olhar Digital informa que o evento solar ocorreu às 18h49 (pelo horário de Brasília), de terça-feira, nas regiões ativas 4114 e 4115, que estão voltadas para a Terra, e foi registrado pelo Observatório de Dinâmicas Solares (SDO), da Nasa (agência espacial americana). É possível que operadores de rádio e profissionais da aviação tenham observado perdas nas frequências abaixo de 25 MHz. 

Desta vez, a atividade solar não veio acompanhado de uma ejeção de massa coronal (CME, na sigla em inglês). Se as CMEs são lançadas em direção à Terra, podem atingir a atmosfera do planeta e reagir com a magnetosfera, provocando tempestades geomagnéticas e também auroras boreais e austrais. No evento desta terça-feira, o Sol disparou apenas uma explosão rápida e intensa de energia eletromagnética.

Imagem da explosão solar
Imagem captada da explosão solar desta terça-feira (17) - Reprodução/Solar Dynamics Observatory/Nasa

Evento de Carrington

A mais intensa tempestade solar já registrada na Terra é conhecida como Evento de Carrington e ocorreu em 1º de setembro de 1859. Uma poderosa ejeção de massa coronal do Sol atingiu nosso planeta. Isso causou auroras boreais e austrais espetaculares, visíveis em latitudes muito baixas, e também afetou os sistemas de telégrafo, causando curtos-circuitos, incêndios e interrupções nas comunicações. 

Essa tempestade ficou conhecida como Evento de Carrington em homenagem ao astrônomo britânico Richard Carrington. Ele foi o primeiro a estabelecer a conexão entre as intensas erupções solares e os distúrbios geomagnéticos registrados na Terra. Segundo a National Geographic Brasil, durante o Evento de Carrington, as luzes do norte (auroras boreais) foram relatadas até ao sul de Cuba e Honolulu, enquanto as luzes do sul (auroras austrais) eram vistas no norte de Santiago, capital do Chile.

Mas, será que se uma tempestade solar como a do Evento de Carrington ocorresse nos dias atuais, ela teria o poder de paralisar nosso mundo?  Ainda de acordo com a National Geographic Brasil, a infraestrutura de alta tecnologia do planeta poderia ser interrompida. Interrupções dos sistemas de posicionamento global (GPS) afetariam  telefones celulares, aviões e automóveis. As comunicações via satélite também poderiam ser afetadas, repercutindo no funcionamento, por exemplo, de uma compra por cartão de crédito. 

Daniel Baker, do Laboratório de Física Atmosférica e Espacial da Universidade de Colorado, disse à National Geographic que o grande medo é o que poderia acontecer com a rede elétrica, pois surtos de energia provocados por partículas solares poderiam causar a destruição de transformadores de grande porte, cujo processo de substituição pode ser extremamente demorado, sobretudo se um grande número deles for danificado simultaneamente.

"Imagine grandes cidades sem energia por uma semana, um mês ou um ano", disse Baker. "As perdas poderiam ser de 1 a 2 trilhões de dólares – e os efeitos sentidos por anos".

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