MAGIA DA NATUREZA

Halo lunar e 'nuvem arco-íris' são registrados em praias de Bertioga

Fenômenos celestes foram vistos nos céus de Bertioga entre a noite de segunda (10) e esta terça-feira (11); entenda como ambos ocorrem

Esther Zancan
Publicado em 11/02/2025, às 14h33 - Atualizado às 15h28

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Ambos os fenômenos ocorrem devido a cristais de gelo nas nuvens - Imagens de Rodrigo Adriano e Eleni Nogueira
Ambos os fenômenos ocorrem devido a cristais de gelo nas nuvens - Imagens de Rodrigo Adriano e Eleni Nogueira

Os céus guardam belezas e mistérios que desde os tempos mais remotos encantam a humanidade. Tanto o céu diurno quanto o noturno são um espetáculo para quem, nem que seja por alguns instantes, esqueça a rotina e levante a cabeça em direção à abóbada celeste. E, em Bertioga, no litoral de São Paulo, os mais observadores testemunharam dois fenômenos em um curto espaço de tempo: um halo lunar na noite de segunda-feira (10) e uma “nuvem arco-íris” na manhã desta terça-feira (11). 

O halo lunar foi flagrado por nossa reportagem, por volta das 23h, próximo à praia da Enseada, no Centro de Bertioga. Nosso satélite natural, em fase crescente, podia ser visto brilhante e com um círculo em tons alaranjados ao seu redor. Já a tal “nuvem arco-íris”, nome popular dado ao fenômeno conhecido como nuvem iridescente ou arco-íris de fogo, foi flagrada por um seguidor do Costa Norte, Rodrigo Adriano, que tem um carrinho na praia de Boraceia, em frente ao condomínio Morada da Praia, na manhã desta terça-feira. Rodrigo disse que, em um primeiro momento, pensou que era um arco-íris normal, mas logo notou que estava muito diferente. Foi então que percebeu que se tratava de algo parecido com uma "aurora boreal", em suas palavras.

O Costa Norte conversou com o climatologista Rodolfo Bonafim, da ONG Amigos da Água, de Santos, e do canal no YouTube Geoastrodicas, sobre ambos os fenômenos. Sobre a nuvem arco-íris, Bonafim explicou que ocorre em nuvens altas, do tipo cirros e cirrocumulus, formadas por cristais de gelo, e que tem ocorrido bastante na região da Baixada Santista nos últimos dias. Quando os raios do Sol, em uma inclinação específica, incidem sobre essas nuvens, é como se elas se transformassem em prismas, que dispersam a luz em várias cores. São as gotículas de água e os cristais de gelo que propiciam o fenômeno. 

O climatologista lembrou que a nuvem iridescente não é tão incomum nos céus do litoral paulista, pelo fato de a atmosfera na região ser mais instável que a do interior do estado, por exmplo. O encontro de muitas massas de ar na região causa fenômenos nos céus com maior frequência do que a observada no interior.

E, para provar que o belo espetáculo da nuvem arco-íris não é tão raro assim, a reportagem do Costa Norte  flagrou, em janeiro deste ano, a nuvem colorida nos céus do bairro Canto do Forte, em Praia Grande, em um momento fugaz, mas repleto de uma aura de sonhos.

Nuvem arco-íris em Praia Grande
Nuvem arco-íris também foi flagrada em Praia Grande, em janeiro deste ano - Esther Zancan

Halo lunar

O halo lunar também é um fenômeno que ocorre devido aos cristais de gelos nas nuvens, nuvens estas finas e altas, na troposfera. Quando a luz da lua é refletida e refratada por esses cristais, o resultado é um anel de luz em volta do satélite natural da Terra. A crendice popular diz que o surgimento do halo é um sinal de que a chuva talvez esteja a caminho.

Já a cor do halo se deve muito à refração, que é quando a luz da lua atinge esses cristais de gelo. Dependendo do grau em que a luz é desviada, essa luminosidade pode ter tons de vermelho ou azul. Ou seja, o alaranjado do halo de Bertioga não resulta de poluição, como no caso de crepúsculos alaranjados.

Bonafim explicou que um pôr do sol alaranjado, ou mesmo uma aurora alaranjada, ocorre porque a luz do Sol, quando está próxima ao horizonte, atravessa mais camadas da atmosfera, com a presença de partículas de poeira e aerossois. São essas partículas e aerossois que dispersam a luz do Sol, provocando os tons alaranjados. Prova disso ocorreu há três anos, quando as cinzas expelidas pelo vulcão Hunga-Tonga Hunga-Ha’apai, em Tonga, no Pacífico Sul, ficaram em suspensão na atmosfera terrestre durante meses, provocando amanheceres e entardeceres em tons que iam do laranja ao lilás, inclusive no litoral paulista.

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Esther Zancan

Esther Zancan

Formada pela Universidade Santa Cecília, Santos (SP). Possui experiência como redatora em diversas mídias e em assessoria de imprensa.

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