TAXA

Governo revê regras do IOF e cria novo pacote para arrecadar mais

Mudanças incluem imposto sobre apostas, fim da alíquota fixa de risco sacado e nova faixa de isenção para aplicações em VGBL


Redação
Publicado em 12/06/2025, às 09h31

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Governo revê regras do IOF e cria novo pacote para arrecadar mais
Medidas afetam apostas esportivas, investimentos, debêntures e aplicações como VGBL e LCA - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governo federal publicou, na noite de quarta-feira (11), medida provisória e decreto que alteram regras do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O pacote é uma tentativa de aumentar a arrecadação sem precisar fazer novos cortes no orçamento. Entre as mudanças, está o fim da alíquota fixa no chamado “risco sacado”. Agora, será cobrada apenas a diária de 0,0082%, o que representa redução de 80% na tributação desse tipo de operação.

As novas medidas também impactam diretamente quem investe em VGBL; LCA; LCI; CRI; CRA e debêntures incentivadas. 

O que muda com o novo pacote do IOF

  • VGBL: até 31 de dezembro de 2025, o IOF só incide sobre valores que ultrapassarem R$ 300 mil em aportes. A partir de 2026, o teto sobe para R$ 600 mil. Contribuições patronais estarão isentas.
  • Investimentos antes isentos: aplicações em LCA, LCI, CRI, CRA e debêntures incentivadas passam a pagar 5% de Imposto de Renda.
  • Rendimentos financeiros: será aplicada alíquota única de 17,5% para aplicações. A poupança segue isenta.
  • Bets: tributação sobre faturamento das casas de apostas sobe de 12% para 18%. Prêmios pagos aos apostadores não mudam.

Outras medidas da MP

O texto também incluiu mudanças em outras áreas:

  • Inclusão do programa Pé-de-Meia no piso constitucional da educação;
  • Alterações no sistema Atestmed do INSS para liberação de benefícios por incapacidade;
  • Ajustes nas regras do Seguro Defeso e no equilíbrio entre regimes previdenciários.

O pacote foi negociado entre o ministro Fernando Haddad e os presidentes da Câmara e do Senado, após a proposta inicial de aumentar o IOF enfrentar forte resistência no Congresso e no mercado financeiro. Sem a medida alternativa, o governo teria que cortar ainda mais despesas federais, o que impactaria o pagamento de emendas parlamentares e o funcionamento de serviços públicos.

* Com informações da Agência Brasil

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