POLÊMICA

Doações para voluntário do caso Juliana Marins serão devolvidas

Decisão foi anunciada após intensa repercussão nas redes; entenda o que motivou a mudança e como será o processo daqui em diante


Redação
Publicado em 30/06/2025, às 10h40

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Doações para voluntário do caso Juliana Marins serão devolvidas
Agam passou a madrugada ao lado do corpo da brasileira Juliana Marins, em área íngreme do monte Rinjani, na Indonésia - Reprodução/Instagram/@agam_rinjani

Uma campanha on-line para arrecadar recursos ao alpinista indonésio Agam "Rinjani", que participou voluntariamente do resgate do corpo da brasileira Juliana Marins, foi cancelada no domingo (29), após forte repercussão negativa. A iniciativa arrecadou mais de R$ 522 mil em poucos dias, mas parte do público criticou o percentual de 20% que seria retido pela plataforma Voaa, pertencente ao site Razões Para Acreditar. A devolução integral das doações está prevista para esta segunda-feira (30), diretamente pelos meios de pagamento utilizados.

Segundo a Voaa, o valor da taxa cobre encargos tributários, custos financeiros e operacionais, além da remuneração de uma equipe com 18 profissionais. A justificativa não acalmou os internautas, que lançaram um abaixo-assinado pedindo a destinação integral do montante a Agam, com desconto apenas das taxas bancárias.

A polêmica teve início após usuários questionarem a retenção de aproximadamente R$ 104 mil pela plataforma. Muitos alegaram que o percentual era elevado e destoava do caráter solidário da campanha. A Voaa informou que a taxa de 20% é necessária devido ao modelo de operação, "que vai muito além de simplesmente disponibilizar uma plataforma para arrecadação". Conforme detalhou, a iniciativa assume integralmente a curadoria, verificação, produção de conteúdo, comunicação estratégica, gestão jurídica e financeira, além do acompanhamento até o desfecho de cada campanha.

Nos últimos dias, a Voaa, o Razões para Acreditar e outras pessoas envolvidas com a história tornaram-se alvo de ataques, ameaças, informações falsas e mensagens de ódio. Reconhecemos com humildade que, neste momento, a discussão em torno da 'Vaquinha do Agam' desviou a atenção da essência da campanha e, principalmente, da história que desejávamos apoiar. Ainda que seja uma decisão difícil, entendemos que o caminho mais transparente neste momento é cancelar a campanha e devolver integralmente as doações em respeito ao Agam e a cada doador". 

Saiba mais sobre o caso

Abd Haris Agam nasceu em Makassar, na Indonésia, e desde os primeiros relatos do acidente com Juliana se mobilizou para ajudar. Ele liderou uma equipe que subiu o monte Rinjani à noite, sob chuva e risco de queda de pedras, e permaneceu ao lado do corpo da brasileira por horas, impedindo que escorregasse ainda mais. “Ficamos com ela a noite toda na beira de um penhasco. Segurei Juliana para que ela não descesse mais 300 metros. É muito triste”, disse em entrevista.

Juliana Marins morreu após cair de um penhasco durante uma trilha no monte Rinjani. Segundo o médico legista Ida Bagus Alit, do hospital Bali Mandara, a causa da morte foi um trauma com múltiplas fraturas, lesões em órgãos internos e hemorragia

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