‘ALTAMENTE TÓXICAS’

Bitucas de cigarro envenenam animais marinhos, mostra estudo da Unifesp

Experimento revela que uma única bituca de cigarro compromete significativamente a qualidade de quase 70 litros de água do mar

Redação
Publicado em 22/12/2023, às 12h40 - Atualizado às 12h52

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Uma única bituca no mar já polui, conclui estudo - Imagem: Reprodução / O Povo / FCO Fontanele
Uma única bituca no mar já polui, conclui estudo - Imagem: Reprodução / O Povo / FCO Fontanele

Pesquisadores avançaram na medição dos prejuízos que bitucas de cigarro, jogadas nas praias, podem causar à fauna marinha.  Grupos de pesquisa ligados ao Instituto do Mar,  do Campus Baixada Santista da Universidade Federal de São Paulo (IMar/Unifesp), publicaram um estudo que revela o alto risco ecológico da presença das bitucas de cigarro no ambiente marinho. “Nessa pesquisa foi testada, em experimentos de laboratório, a toxicidade de água do mar, que havia ficado em contato com bitucas de cigarros artificialmente fumadas”, explicou a Unifesp, nessa sexta-feira (22).

Publicado recentemente na revista Environmental Toxicology and Chemistry [Toxicologia e Química Ambiental], o estudo conclui que os contaminantes liberados na água pelas bitucas são extremamente tóxicos para vários organismos marinhos, incluindo crustáceos, mexilhões, ouriços-do-mar e até bolachas-de-praia.

Os autores e autoras do estudo estimam que apenas uma bituca pode comprometer significativamente a qualidade de quase 70 litros de água do mar, informou a Unifesp. Os experimentos foram realizados em Trabalhos de Conclusão de Curso das alunas do bacharelado interdisciplinar em Ciência e Tecnologia do Mar (BICT-Mar) Wanessa Mandelli e Beatriz Militelo Pestana, orientadas pelos professores e pesquisadores do IMar/Unifesp Lucas Buruaem Moreira e Rodrigo Brasil Choueri.

“Com este estudo, mostramos que as bitucas de cigarro, descartadas imprudentemente por muitas pessoas, têm repercussões ambientais que vão além da desagradável sujeira no chão ou na areia da praia. Elas são altamente tóxicas e, portanto, nocivas aos organismos marinhos”, destaca o professor Choueri.

O estudo também contou com a colaboração dos docentes Ítalo Braga de Castro, do IMar, e que desenvolve, atualmente, pesquisas sobre o tema, e Denis Abessa, do Campus Litoral Paulista da Universidade Estadual Paulista (Unesp). 

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