Roda de Capoeira foi inaugurada no sábado (1º) no Novo Quebra-Mar, na orla do bairro José Menino; inauguração contou com mestres capoeiristas
O barulho das ondas ganhou o acompanhamento do som do berimbau, em Santos, no litoral de São Paulo. Foi inaugurada, no sábado (1º), no Novo Quebra-Mar, na orla do bairro José Menino, uma Roda de Capoeira, espaço dedicado aos praticantes do esporte afro-brasileiro, que mescla arte marcial, dança e música. A inauguração reuniu mestres, alunos, autoridades e simpatizantes de capoeira.
A capoeira foi desenvolvida no Brasil por descendentes de escravos africanos, no final do século 16. Em Santos, surgiu em meados de 1960, oriunda de duas linhagens e escolas tradicionais da cidade: a do Mestre Sombra (Roberto Teles de Oliveira) e a do Mestre Bandeira (Luiz Sandro Barbosa).
O prefeito de Santos, Rogério Santos, falou sobre a importância da capoeira na cultura brasileira, que vem da época da colonização, e a relação com a cidade. “A história da capoeira em Santos começa com os mestres Sombra e Bandeira, que são referência, não apenas trazendo, mas difundindo a capoeira no município e em todo Brasil. Agora, temos esse espaço para a prática esportiva e cultural, dedicado a todos”.
Mestre Sombra, da Associação Senzala de Santos, comentou sobre o novo espaço. "Eu costumo dizer que a capoeira é a expressão máxima da cultura de um povo. Nós estamos sempre brigando, correndo para que a gente seja lembrado. Graças a Deus, aqui, uma parte foi atendida”.
Mestre Bandeira, da Associação Santista Arte de Gingar Só Capoeira, afirmou ser um dia marcante na história da capoeira na Baixada Santista. “Essa inauguração é um grande ponto de esperança e um fortalecimento da nossa cultura. A capoeira tem sido um símbolo de resistência. Nós estamos dando, hoje, um passo para muitos outros que virão. Merecemos esse espaço, por manter a ancestralidade e pela sua tradição na região”.
A inauguração da Roda de Capoeira do Novo Quebra-Mar teve várias apresentações, incluindo um capoeirista francês, Julien Chabrier, conhecido como Gato: “Conheci a capoeira com minha mãe, que me levou num espetáculo na França e eu me apaixonei. Pratico há 15 anos. Estou achando maravilhoso esse espaço para a capoeira”, disse.
O secretário de esportes de Santos, Rogério Sampaio, ressaltou a mescla de atividade física, gingado e cultura que a capoeira agrega. “Temos um grande número de praticantes em Santos e, agora, a capoeira está no lugar certo, neste espaço que se tornou referência para a prática esportiva, com surfe, skate, ciclismo e tantas outras modalidades”.
A capoeira em Santos é reconhecida como patrimônio cultural imaterial por meio da Lei nº 4.102/22, que estabelece diretrizes e incentiva sua prática em locais públicos. O documento destaca a referência à continuidade histórica e sua relevância para a memória, identidade e formação da sociedade santista.