HANS STADEN 500

Remadores refazem trajeto histórico de Hans Staden entre Bertioga (SP) e Mangaratiba (RJ)

Desafio será em julho e projeto celebra os 500 anos do alemão que escapou dos tupinambás e narrou a história em livro sobre o litoral brasileiro

remadores do projeto Hans Staden 500 anos
Travessia a remo de Bertioga a Mangaratiba refaz caminho de Hans Staden 500 anos depois - crédito Thaís Luz/Divulgação

Uma expedição inédita de barcos a remo irá refazer a histórica viagem do aventureiro alemão Hans Staden, capturado em 1554 pelos tupinambás, na região de Bertioga, no litoral de São Paulo. O projeto, intitulado Hans Staden 500, ocorre na primeira quinzena de julho e celebra os 500 anos do nascimento do explorador, que registrou em livro suas experiências no Brasil, como a convivência com povos originários e os desafios da natureza tropical.

Nascido em 1525 na cidade de Homberg, na Alemanha, Staden atuava como artilheiro para os portugueses quando foi aprisionado nas proximidades do Forte São João, em Bertioga. Após ser levado à aldeia tupinambá, situada nas imediações de Mangaratiba, no Rio de Janeiro, permaneceu nove meses no cativeiro até ser libertado por franceses que negociaram a soltura.

Durante três dias no mês de julho, dias 11, 12 e 13, atletas do Clube de Regatas Bandeirante, tradicional agremiação da Raia Olímpica da USP (Universidade de São Paulo), irão percorrer mais de 200 quilômetros a remo entre os litorais paulista e fluminense. O ponto de partida será no Forte São João, em Bertioga, e seguirá até Mangaratiba, no litoral sul do Rio de Janeiro.

O trajeto seguirá pontos descritos por Staden em sua obra, publicada em 1557, considerada o primeiro grande relato sobre a fauna, a flora e os costumes dos povos originários do Brasil. Além de reviver a jornada histórica, a iniciativa pretende alertar para as transformações socioambientais ocorridas ao longo dos últimos cinco séculos naquela região. O projeto também abordará a situação atual dos povos originários, a presença histórica de comunidades negras e os esforços voltados à preservação da fauna e da flora locais.

De acordo com a organização do evento, serão oito remadores, divididos em 2 equipes. Cada equipe remará uma hora, enquanto a outra descansa e se alimenta. Os remadores utilizarão guarnições de Coastal, modelos de barcos olímpicos desenvolvidos para travessias em mar aberto. A modalidade ganhou espaço no cenário esportivo mundial e estará presente na Olimpíada de Los Angeles, em 2028.

Ainda de acordo com os organizadores do projeto, ao fim do percurso, a expedição será tema de um minidocumentário com pré-estreia gratuita em Bertioga, de um minilivro fotográfico digital, além de uma exposição itinerante e palestras ainda a ser definidas.

O projeto Hans Staden 500 terá o suporte técnico da Marinha do Brasil, que acompanhará os atletas durante todo o percurso. A expedição tem o patrocínio da Autoridade Portuária de Santos e apoio do Ministério dos Portos e Aeroportos; já a Barra Pro Mar Turismo e Serviços é a empresa encarregada da logística e segurança.

Veja detalhes do percurso de Hans Staden no litoral brasileiro no estudo As Milhas, as distâncias e os lugares de Hans Staden, no Brasil, de Victor José Mendes Cardoso, publicado pela Unesp.

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