DENÚNCIA

Alunos e professores do colégio Metodista, em Bertioga, protestam contra nova diretora

Nova diretora teria efetuado demissão injusta, limitado contato de alunos com funcionários e proibido a permanência na escola após o fim do turno

Thomas Henry
Publicado em 24/02/2025, às 17h10

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Há relatos de funcionários que tiveram regras impostas para evitar proximidade com os alunos - Foto: Gabriel Pacífico
Há relatos de funcionários que tiveram regras impostas para evitar proximidade com os alunos - Foto: Gabriel Pacífico

A frente do colégio Metodista de Bertioga, na Riviera de São Lourenço, foi tomada pela presença de pais, alunos e professores da instituição, na manhã desta segunda-feira (24). A causa foi a demissão da coordenadora pedagógica Anna Beatriz Marçal Moura Matos, há dez anos na unidade, pela nova diretora do colégio. Segundo relatos dos manifestantes, o desligamento da pedagoga que teria ocorrido de forma injusta e sem justificativa plausível, foi o estopim para a revolta com a atual gestão.

Segundo Alexsandra Caroline Barbosa, professora de espanhol do Metodista, há relatos de funcionários responsáveis pela limpeza e de inspetores que tiveram regras impostas para evitar a proximidade com os alunos. “Os alunos não podem chamá-los mais de tio, e os inspetores não podem ter contato com as crianças; tem que tratá-las com rispidez” diz. 

A repentina mudança comportamental, exigida pela diretoria, foi notada pelas crianças, que começaram a relatar o caso para os professores, afirma Alexsandra. “Os funcionários choram pelos cantos da escola, pela forma como são tratados pela nova direção. Nós nunca tivemos isso na escola”, conta a professora, indignada com a situação.

O professor de geografia, Carlos Alberto Fernandes, que integra o corpo docente da escola há mais de 27 anos, também relata a situação após a chegada da nova diretora: “Foi a primeira vez que senti que os alunos precisavam de apoio”. Segundo ele, outro absurdo ocorrido foi a proibição do contraturno, ou seja, os alunos não poderiam mais esperar dentro da escola, após o fim do horário imposto pela grade escolar. 

A professora Alexsandra ainda acrescenta que, depois da saída da instituição, os alunos são impedidos de voltar à escola para usar o banheiro, comprar alimentos na cantina ou sequer aguardar os pais. “Isso não é uma escola que acolhe, não é o que ensinamos em sala de aula. Ficou insustentável, ninguém consegue trabalhar e conviver em um ambiente que não é saudável”.

Alguns pais estiveram presentes para prestar o apoio à causa dos alunos e criticar a demissão injusta. Matheus Esquilantes, empresário de Bertioga que tem dois filhos matriculados na escola, disse: “demitiram a coordenadora sem motivo suficiente. A justificativa foi de que ela teria feito uma matrícula irregular de um aluno, informação essa que foi desmentida pela secretaria”. 

Ainda de acordo com o pai, a responsável pela diretoria do Metodista, que fica na sede de São Bernardo, informou que não demitirá a diretora da escola de Bertioga, e que os professores que deixaram de dar aula, durante a manifestação, serão descontados no salário.

Outro lado

A reportagem tentou  contato com a instituição, para questionar a veracidade das informações e quais medidas seriam tomadas, mas, até o fechamento desta publicação, não obteve resposta.

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Thomas Henry

Thomas Henry

Estudante de jornalismo na Unisantos. Integra a equipe de mídias sociais do portal Costa Norte.

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