RAIO-X VILA ESPERANÇA

Prefeito Ademário Oliveira apresenta mapa socioeconômico da Vila Esperança

Censo de um dos bairros mais populosos de Cubatão é apresentado junto com projetos habitacionais, que vão contemplar moradores

Da redação
Publicado em 15/03/2024, às 08h58 - Atualizado às 09h19

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Divulgação: prefeitura de Cubatão - Vila Esperança, em breve, vai receber projetos habitacionais
Divulgação: prefeitura de Cubatão - Vila Esperança, em breve, vai receber projetos habitacionais

Um dos bairros mais populosos de Cubatão foi mapeado. O estudo realizado de maio a outubro de 2023 fez uma análise profunda e traz números completos da Vila Esperança. Foram realizadas pesquisas porta a porta e, com a ajuda tecnológica de drones, cada trecho da comunidade foi fotografado.

Os dados referem-se ao número cadastrado e estimado da população, perfil populacional, residências existentes, animais de estimação e outras informações, como situação de serviços básicos e essenciais (energia elétrica, abastecimento de água, coleta de esgoto e de lixo).

O prefeito de Cubatão Ademário Oliveira esteve na exposição dos dados realizada na quarta-feira (13), no auditório do Senai Cubatão. Quem apresentou o estudo foi Ermelinda Maria Uber Januário, responsável técnica e coordenadora do projeto realizado por uma empresa especializada. Ela tem experiência neste tipo de estudo porque já foi servidora do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com Ademário, para implementar políticas públicas eficazes e avançar com a urbanização, é necessário diagnósticos como este, embasados em números socioeconômicos. “É um retrato dessa comunidade que, atualmente, recebe uma das maiores obras de urbanização da América Latina, trazendo modificações profundas no bairro, para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Não se trata apenas de moradia, mas uma série de melhorias que vão de infraestrutura a mobilidade urbana, escolas, áreas de lazer, saneamento básico. Este estudo facilita a construção das nossas ações”, completou Oliveira.

URBANIZAÇÃO DA VILA ESPERANÇA

A prefeitura de Cubatão cedeu a área de 30 mil m² para que o governo do estado, por meio da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), construa novos empreendimentos. O secretário de Governo, César Nascimento, que comanda o projeto juntamente com o prefeito, disse: “Parte desses apartamentos vai para as famílias que hoje vivem em palafitas na Vila Esperança. A remoção de pessoas de áreas de risco, oferecendo qualidade de vida e segurança, é uma prioridade para nós. As moradias vão abrigar, também, ex-moradores da Vila Caic, removidos justamente do terreno em que está a construção. A urbanização da Vila Esperança é a concretização do sonho de integralizar esse bairro à cidade”.

De acordo com César, a expectativa é zerar o déficit habitacional de Cubatão em 10 anos. A previsão de entrega da primeira fase da urbanização da Vila Esperança é este ano, e da segunda fase, em 2026. O investimento da urbanização do bairro chega a R$ 445 milhões, por meio de verbas dos tesouros municipal, estadual e federal.

PERFIL DOS MORADORES

Durante o estudo, o bairro foi dividido em 14 setores; o número estimado da população da Vila Esperança é de 19.283 pessoas, distribuídas em 8.801 edificações. O número representa 17,14% do total de moradores de Cubatão, levando em consideração o censo de 2022 do IBGE, que aponta que a cidade tem 112.471 habitantes.

A faixa etária predominante abrange moradores entre 30 e 59 anos, o que representa 40,8%; moradores de 18 a 29 anos são 21,5%; crianças de 6 a 11 anos somam 10,4%; adolescentes de 12 a 17 anos são 9,7%; crianças de 0 a 5 anos refletem 9,5%; as pessoas com 65+ aparecem com 4,6%; idosos de 60 a 64 anos representam 3,4% e 0,1% não informaram suas idades.

Desse total, 51,3% são mulheres e 48,6%, homens; 1% não quis informar. Em relação à identidade de gênero do responsável familiar e companheiro(a), a maioria respondeu ser cisgênero, correspondendo a 97,3%, além disso, 54% das residências têm a mulher como responsável familiar. Ao comparar esse resultado com as informações do IBGE, é possível constatar um crescimento de 4,8% na proporção de mulheres chefes de família, em relação ao total de responsáveis, se comparado com o censo demográfico do IBGE de 2010.

ESTADO CIVIL, ORIGEM E EMPREGABILIDADE 

Os entrevistados informaram o estado civil e 61,8% declararam ser solteiros; 23,8% são casados; 5,7% estão em união estável e o restante (8,8%) são divorciados, viúvos, separados ou não souberam informar.

Em relação à raça ou cor da população, 57,7% dos entrevistados se autodeclararam pardos; 31,6% são brancos; 10,01% são pretos; amarelos, com 0,5% (90 pessoas), indígenas, com 0,1% (14 pessoas) e  0,1% não informou (16 pessoas).

De acordo com a pesquisa, a maioria dos residentes da Vila Esperança (48,4%) nasceu ou é natural de Cubatão; 19,4% vieram de outras cidades do estado; na sequência, aparecem 15,2% que vieram de Pernambuco; em seguida, migrantes da Bahia (7,7%), Alagoas (5,2%) e Sergipe (3,4%).

Sobre a empregabilidade da população, 64,5% têm carteira assinada; 21,1% são autônomos; 10% não possuem vínculo de emprego ou vivem de ‘bicos’. O restante da população é composto por aposentados, pensionistas, microempreendedores individuais e servidores públicos. A maior parte da população, 51,3%, ganha entre 1 e 2 salários-mínimos.

ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO

O levantamento também trouxe informações sobre o número de animais de estimação. São 3.514 animais no bairro: 68,2% são cães, 48,8%, gatos e o restante são passarinhos, galinhas, coelhos, peixes, patos, entre outros. 2.779 famílias informaram ter um pet.

Das 8.801 edificações existentes no bairro, a maioria é ocupada para moradia. São 7.747 residências das quais 34,3% com 5 cômodos, seguidas de 24,9%, com 4 cômodos. O número de palafitas, já incluídas no número total de residências, somam 1.167. Outras 478 edificações estão voltadas para atividade comercial, serviços ou indústria; 151, são de moradias mistas (residencial e comercial/instituição); 65, institucionais (igrejas, ONG, equipamentos públicos) e 360, denominadas “outros” (depósito, casa para animais, edificações em construção ou abandonadas, garagem isolada, lotes vazios).

De acordo com a pesquisadora Ermelinda Uber, chama atenção os dados sobre o número de moradores por domicílio, neste levantamento: 44,9% das casas têm de 2 a 3 moradores; 35,8% possuem apenas 1 morador; 18,4%, de 4 a 6 pessoas habitando; e 0,8%, com 7 ou mais moradores. "A média de moradores por domicílio na Vila Esperança reduziu de 3,2 (do censo do IBGE de 2010) para 2,4 em 2023, seguindo a mesma tendência. “As edificações mapeadas no cadastro socioeconômico, com apenas um morador, foram revisitadas pelos pesquisadores, para confirmar possíveis omissões de pessoas e, ao final do levantamento em campo, ficou confirmada que, em 2.604 edificações da Vila Esperança, foi declarado apenas um morador no domicílio”, explicou.

SERVIÇOS NO BAIRRO

Os serviços essenciais no bairro foram mapeados e do total de edificações pesquisadas, 60,3% utilizam “rabichos” como forma de acesso à energia elétrica e 31,5% são atendidas pela concessionária de energia. Outras 1.040 pessoas informaram não ter acesso à energia elétrica, que corresponde a 6,4% das edificações residenciais ocupadas.

Em relação ao abastecimento de água, 41,4% das edificações utilizam os serviços da Sabesp e 46,9% das moradias são abastecidas por “rabicho” de água. Já a coleta de esgoto realizada pela Sabesp abrange 238 edificações na Vila Esperança, 3,1% do total, enquanto a grande maioria, 86,9% (6.701 edificações), tem o esgoto escoado para o rio, córrego, vala ou mangue.

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