ESPECIAL

Vidas entrelaçadas à história do Centro de Férias Sesc Bertioga

Histórias como as de Edna Pissinatti e Casagrande mostram como o Sesc Bertioga se tornou parte inseparável da identidade da cidade

Sesc Bertioga e funcionários aposentados Edna e Sydnei
Aposentados Edna e Casagrande simbolizam o impacto afetivo e social do Sesc Bertioga na vida da cidade - Arquivos pessoais / Andre Spinelli

Inaugurado em 1948, o Centro de Férias Sesc Bertioga, no litoral de SP, transformou a economia local, impulsionou a formação do bairro Rio da Praia e marcou gerações de moradores. Para alguns, como Edna Pissinatti e Sidnei Eugenio da Silva, o Casagrande, a unidade representa mais do que um local de trabalho: é parte de uma história pessoal e afetiva.

Desde sua inauguração, como Colônia de Férias Ruy Fonseca, o Sesc Bertioga se firmou como um dos pilares sociais e econômicos do município. Foi o primeiro grande gerador de empregos da região e responsável pelo surgimento de novo bairro: o Rio da Praia.

Mas como essa história começou? Bertioga, então um pequeno núcleo de pescadores, com cerca de 20 casas e três pequenos comércios, viu sua realidade se transformar a partir de 1946, quando um grupo de empresários do comércio decidiu construir a primeira colônia de férias do Brasil.

A então Colônia de Férias Ruy Fonseca foi instalada entre a Mata Atlântica e a praia da Enseada. O projeto foi um dos primeiros do Serviço Social do Comércio (Sesc) no país e contou com o traçado urbanístico do engenheiro Francisco Prestes Maia. A construção envolveu mais de 150 trabalhadores, muitos vindos do Nordeste e de Minas Gerais, que se fixaram na cidade, formaram famílias e contribuiram diretamente para o nascimento do bairro Rio da Praia

Afeto, trabalho e formação profissional

Entre essas histórias de vida está a da aposentada Edna Costa dos Santos Pissinatti, moradora do Rio da Praia. Nascida em 1962, sua relação com o Sesc começou literalmente no berço: “O parto foi feito na casa da minha família, fora dos limites da unidade, mas por um médico da capital que estava de plantão no local”, relembra.

Na época, não havia muros delimitando o Sesc, o que fazia com que todo o entorno fosse considerado parte da colônia. Edna resume bem essa integração:

Meus pais se conheceram no Sesc, se casaram na capelinha Nossa Senhora dos Prazeres. Fui batizada e fiz minha primeira comunhão lá. Até conheci meu marido dentro do Sesc".
Vidas entrelaçadas à história do Centro de Férias Sesc Bertioga
Edna e as lembranças da juventude no Sesc Bertioga

A conexão afetiva veio acompanhada de desenvolvimento profissional. Edna ingressou na instituição aos 18 anos, em 1981, e se aposentou como analista administrativa IV (supervisora), em 2022. Durante esse período, concluiu a graduação em letras e uma pós-graduação em administração de recursos humanos com apoio do Sesc. “Minha relação com o Sesc é muito afetiva, foi profissional e continua sendo afetiva. Eu gosto demais do Sesc".

Outro personagem que cresceu junto com o Sesc é Sidnei Eugenio da Silva, conhecido como Casagrande, morador do bairro Chácaras. Ele chegou à cidade aos dois anos de idade e, aos 14, começou sua trajetória profissional como menor patrulheiro na unidade. Foram 45 anos dedicados ao trabalho na instituição, até a aposentadoria em 2023.

Durante esse tempo, Casagrande teve acesso a bolsas de estudo oferecidas pelo Sesc e concluiu as graduações em publicidade, artes plásticas e design gráfico.

Tudo o que eu tenho hoje foi graças ao Sesc. Entrei sem profissão e saí aposentado, com duas faculdades concluídas".

As memórias afetivas também são marcantes. Ele recorda com carinho das ações sociais da unidade durante sua infância: “Eles buscavam a gente na escola, levavam para a praia, davam almoço, filme, sorvete. Era um dia mágico".

Presença contínua

O Sesc Bertioga promove diversas ações que dialogam com a comunidade local e, hoje, mantém cerca de 410 funcionários, além de 200 terceirizados. As histórias de Edna e Casagrande exemplificam como o Sesc Bertioga se tornou parte essencial da vida de muitos moradores, não apenas como o famoso e disputado centro de férias da cidade litorânea, mas como um verdadeiro motor de transformação social, afetiva e profissional.

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