Documentarista que chorou ao avistar baleia no litoral de SP lança filme

Com filme Águas Quentes, sobre biodiversidade e preservação marinha, ela e outras duas diretoras querem disseminar mensagem de amor à fauna oceânica

Thiago S. Paulo
Publicado em 01/11/2023, às 15h16 - Atualizado às 20h23

Baleias em cena do documentário. Codiretoras querem disseminar mensagem - Imagem: Beware Collective

A documentarista Giulia Morales, que chorou ao registrar uma baleia jubarte no mar do litoral de SP,  lançou o filme Águas Quentes, produzido e dirigido por ela e duas codiretoras. Em entrevista nesta quarta-feira (1º), as diretoras explicaram que, com o filme, querem disseminar uma mensagem de respeito à fauna marinha.

“É uma sensação de alívio e dever cumprido [lançar o filme]. Foram dez meses desde o início da criação do projeto. Foram meses muito intensos”, explica Giulia. “Muito feliz que a gente teve a aprovação das instituições e pesquisadores, porque isso pra gente era 100% imprescindível”.  

Divulgada pelo Portal Costa Norte, a gravação emocionante aconteceu há pouco mais de dois meses durante uma expedição no mar de Ilhabela. À época, Giulia contou que após meses de planejamento, semanas de entrevistas e dias de tentativas, finalmente flagrou a jubarte no mar durante uma captação de vídeo para o filme agora lançado.

As baleias jubarte são magníficas. Houve momentos em que abaixei a câmera pra somente ver e admirar. Depois que essa adrenalina passou, eu comecei a chorar, percebi o que eu estava vivendo, o que estava acontecendo” - relatou Giulia na ocasião. "Chorei por dois motivos: foi a realização de um sonho desde criança de ver esse animal de perto e chorei também pois me senti muito pequena diante da natureza, senti o poder espiritual que esses animais têm e me senti extremamente privilegiada por presenciar aquela cena”.  
Fotógrafa durante gravação emocionante na costa paulista. "Sonho de criança". Imagem: Giulia Morales / Beware Collective

O filme foi lançado oficialmente no domingo (29/10), em Pinheiros, na capital paulista. A obra é produzida e dirigida por Giulia, Camila Dalossi e Juliana Deeke. As três são sócias-fundadoras da Beware Collective, uma produtora audiovisual de projetos relacionados à sustentabilidade e ao meio ambiente.

"O lançamento foi a concretização de um sonho”, confessa a codiretora Juliana Deeke. “Ver o nosso trabalho sendo visto por pessoas pela primeira vez. Ver a reação delas, o quanto elas amaram. Isso foi a coisa mais incrível do mundo pra mim”.

O documentário Águas Quentes foi disponibilizado gratuitamente no Youtube, acrescentou a Beware Collective (acesse aqui). Segundo a produtora, abrir o filme para acesso geral é uma forma de disseminar a importância da biodiversidade do litoral paulista e do Arquipélago de Alcatrazes.

Produtora disponibilizou filme em plataforma de vídeo para disseminar mensagem de preservação - Imagem: Beware Collective 

“Nada chega aos pés de ver o animal ali ao vivo, mas a gente espera que nosso documentário desperte interesse nas pessoas, para que elas tenham essa vontade e tenham essa experiência mágica com os próprios olhos e se apaixonem tanto quanto a gente por esses animais”, explica Juliana.

Diretoras querem furar a bolha da conservação

Em entrevista, Juliana acrescenta que, com o filme, também espera atrair olhares não especializados para a questão da preservação ambiental. “Nosso maior objetivo agora é conscientizar o maior número de pessoas que a gente conseguir. Alcançar o maior número de pessoas fora da bolha da conservação também.  A gente quer espalhar o documentário para o maior número de escolas, institutos, organizações e projetos possíveis”.

O trio de filmmakers agora parte para outra empreitada cinematográfica, explica a diretora Camila Dalossi. “Nosso foco para 2024 é gravar um documentário no Pantanal. No dia seguinte ao lançamento do Águas Quentes, já estávamos focadas em fazer isso acontecer. Estamos em busca de patrocínios e apoiadores para concretizar esse projeto, que envolve mais pessoas e, portanto, mais patrocínio - por ser em outro estado e por ter um acesso super difícil”. 

Meio Ambiente LITORAL DE SP

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