Acervo santista será ampliado com a chegada de bondes que hoje estão na Alemanha e no Japão; veículos devem chegar até o fim do ano
Redação
Publicado em 15/04/2025, às 09h08
Para comemorar os 25 anos de atividades da Linha Turística do Bonde e preparar a implantação do futuro Museu Ferroviário, a cidade de Santos anunciou a ampliação do acervo, com a chegada de mais oito bondes, que hoje estão na Alemanha e no Japão. Já a visitação dos modelos atuais, na garagem que fica ao lado da Estação do Valongo, passa a ocorrer todo final de semana, das 11h às 16 horas.
O recebimento dos novos bondes foi anunciado no sábado (12), durante apresentação do projeto do Museu Ferroviário, pelo prefeito Rogério Santos, que visitou a área. O futuro complexo turístico já conta com recursos de R$ 9 milhões, anunciados no ano passado pelo governo do estado, junto com a criação do Distrito Turístico e outras iniciativas.
Atualmente, Santos conta com 13 bondes e três carros ferroviários, vindos dos Estados Unidos, Portugal, Itália, Japão e Escócia, e alguns fabricados em Santos. Os próximos serão seis alemães e dois japoneses. A vinda dos veículos será por meio de doação dos municípios onde estão localizados e de aquisição por meio de empresas parceiras da cidade. A próxima etapa será o planejamento logístico para a importação dos exemplares, cuja expectativa de chegada é até o fim deste ano.
O prefeito destacou que os novos bondes vão complementar o Museu Ferroviário, em fase de planejamento. A nova instalação ocupará áreas adjacentes à tradicional Estação do Valongo, como o pátio que fica atrás do local e o antigo armazém de bagagem, ao lado. "Já temos a garantia de recursos para o Museu Ferroviário, um atrativo que se integrará à área turística do Valongo, especialmente com o futuro terminal de passageiros. O nosso acervo de bondes já é o maior da América Latina, e agora será ampliado. Essas condições reforçam a revitalização de toda a área central".
Quem acompanhou a visita à garagem de bondes e carros ferroviários, no sábado, pôde conferir a empolgação de duas gerações a cada detalhe revelado dos modelos existentes e que circulam pelas ruas do Centro Histórico. Morador de Praia Grande, o estudante Erick Cirillo Soares, de 15 anos, estava empolgado para fazer o seu primeiro passeio de bonde. "Achei interessante, porque para quem gosta de história é legal. Eles são bonitos por dentro, principalmente o vagão bufê", disse ele, em referência a um dos três carros ferroviários mais luxuosos existentes na garagem, e que transportaram presidentes como Getúlio Vargas, Afonso Pena e Washington Luís. Eles pertenceram à São Paulo Railway.
O colega Marcus Vinicius, também de 15 anos e de Praia Grande, já conhecia o passeio de bonde, mas pretendia acompanhar Erick na sua primeira viagem. "Acho muito legal saber mais sobre a história dos bondes, de onde eles vieram. Têm alguns muito históricos e que contam como era no passado".
Por outro lado, falar de bonde é uma rotina e uma paixão para o engenheiro elétrico Marcos Rogério Gonçalves Nascimento. Com 35 anos como servidor municipal, ele está há 25 anos "a bordo" dos bondes de Santos, desde o surgimento da Linha Turística. Por isso, foi homenageado pela dedicação ao setor. "É muito bom ser reconhecido, ainda mais quando é pela prefeitura. Tenho certeza que essa homenagem é fruto da dedicação que tenho em manter os bondes vivos, funcionando e com a oficina de restauração atuando".
Para fazer a visitação aos veículos históricos é preciso retirar a senha no balcão do Museu Pelé, localizado do outro lado do largo Marquês de Monte Alegre, no Valongo, onde também ficam a garagem e as oficinas. A senha pode ser retirada no mesmo dia. Um guia fará a exposição.
Já os passeios de bonde pela Linha Turística ocorrem de terça a sexta-feira, das 11h às 17h, com saídas a cada uma hora. Aos sábados, das 10h30 até às 17h, com intervalo de 40 minutos. Já aos domingos, opera das 10h30 às 13h, com partidas a cada 40 minutos e depois, até as 17h, sai de hora em hora. Os ingressos são vendidos na bilheteria instalada no Museu Pelé, a R$ 7, com pagamentos em dinheiro ou pix. Maiores de 60 anos, estudantes e professores pagam meia-tarifa. Crianças até cinco anos, no colo, não pagam.
