BYD KING

Comparamos: reinado do Corolla pode chegar ao fim com a chegada do chinês BYD King

Mais barato, moderno e tecnológico, BYD King quer brigar de frente com o Corolla Hybrid, o sedã médio mais vendido do mundo

Reginaldo Pupo
Publicado em 11/12/2024, às 15h10 - Atualizado às 15h28

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Lançamento do BYD King em junho deste ano, em São Paulo - Reginaldo Pupo
Lançamento do BYD King em junho deste ano, em São Paulo - Reginaldo Pupo

Um dos carros globais mais vendidos do mundo, o Toyota Corolla, que, por décadas, foi o sonho de consumo de muitos apaixonados por carros, especialmente da faixa dos 40, 50 anos em diante, pode ter seu reinado comprometido com a chegada de outro rei, o sedã King, da chinesa BYD, que o lançou em junho deste ano para concorrer diretamente com o modelo japonês, em sua versão híbrida.

As diferenças entre ambos os modelos híbridos são discrepantes. Para título de comparação, escolhemos a versão premium do Corolla Hybrid, a Altis. Já o King também optamos pela sua melhor versão, a DM-i GS. O BYD vem com um pacote tecnológico superior ao Corolla, que, conservador, parece ter parado no tempo, embora a versão mais atual possua alguma mudança significativa em seu cluster, agora, digital.

Segundo a BYD, desde o lançamento, com base em dados da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), foram emplacados, até novembro deste ano, 2.988 unidades do King DM-i, nas duas versões GL e GS.

Antes mesmo de seu lançamento, centenas de compradores adquiriram o modelo no período de pré-venda, sem sequer saber qual valor ele seria comercializado posteriormente, o que mostra a confiança que o consumidor tem na BYD. E a primeira grande vantagem do King sobre o Corolla é justamente o valor: a partir de R$ 169.800,00 ante os R$ 199,900,00 do Corolla. O modelo GL DM-i é ainda mais barato: R$ 149.800,00, ou seja, praticamente o mesmo valor que Toro, Fastback, Creta, T-Cross, entre outros.

De acordo com levantamento feito pela Revista Quatro Rodas, o BYD King aparece em sexto lugar entre os 13 veículos híbridos mais baratos do Brasil em 2024. O Corolla aparece em nono. Na mesma lista, a marca chinesa ainda aparece com mais dois modelos entre os mais baratos, o Song Plus DM-i e o Song Pro. 

Outra vantagem do King é o espaço interno, graças ao seus 4,78m de comprimento, 1,83m de largura e 1,49m de altura, ante os 4,63m de comprimento, 1,78m de largura e 1,45 de altura, do Corolla. O Toyota é extremamente apertado para motoristas com mais de 1,70m de altura. Os passageiros do banco traseiro não conseguem esticar as pernas, já que os bancos dianteiros estão bem próximos. Ou seja, para viajar, o Corolla perde em conforto.

O BYD King também é mais potente, possui 235cv de potência combinada (motor elétrico + motor a combustão), enquanto o Corolla tem 173cv. O King também é mais rápido, faz de 0 a 100km/h em 7,3 segundos, enquanto o Corolla sofre para chegar a fazer em 12 segundos.

O design do BYD King também é superior, com desenho harmonioso, futurista e “cupezado”, o que o torna agradável aos olhos, com muita personalidade. Por décadas conhecido como “carro de tiozão”, ao menos, o Corolla deu uma repaginada no design e ficou mais bonito e inovador e agora até cobiçado por jovens.

A BYD praticamente inaugurou a tela flutuante no Brasil. E o King não poderia deixar de vir ao país equipado com a central multimídia de 12,8" giratória, com conexão de Android Auto (sem fio) e Apple CarPlay (com fio). A do Corolla é padrão, tipo tablet Foston.

O BYD King, com design moderno e inovador - Foto Reginaldo Pupo
O BYD King, com design moderno e inovador - Foto Reginaldo Pupo

Divisora de águas

Com nove modelos no mercado, entre versões 100% elétricas ou híbridas (Dolphin, Mini Dolphin, Han, Seal, Tan, Yuan, Song e os mais recentes lançamentos, o sedã King e a picape Shark), a BYD, com pouco tempo no mercado brasileiro, se transformou em uma espécie de “divisora de águas” na indústria automobilística, fazendo com que marcas tradicionais que dominavam o mercado há décadas tivessem que praticamente se reinventar para não perder mercado para a marca chinesa, que a cada lançamento, vendia milhares de carros por hora.

Algumas das medidas tomadas pelas marcas tradicionais, para tentar fazer frente à BYD, foram as constantes diminuições nos valores de seus modelos, ainda que à combustão, já que a chinesa traz lançamentos com excelentes custos x benefícios. Outras medidas mais radicais foram as parcerias com outras marcas chinesas para tentar bater a gigantesca BYD, como, por exemplo, a Volkswagen adquirindo 50% da JAC Motors.

A BYD está no Brasil desde 2013, quando inaugurou uma fábrica de ônibus elétrico em Campinas. A partir de março de 2025, começará a produzir os seus primeiros veículos no país, na planta que pertencia à Ford em Camaçari, na Bahia, o que já vem deixando a concorrência preocupada, pois os modelos serão mais baratos que os atuais, importados.

A marca é uma empresa líder na comercialização de veículos elétricos e na fabricação de tecnologia de energia solar. A empresa chegou ao Brasil em um momento no qual o segmento de carros elétricos era praticamente inexistente. A importação de carros começou em 2021, com o lançamento do SUV Tan EV, o primeiro automóvel eletrificado de passeio e de sete lugares da BYD no país. No ano seguinte, a BYD lançou o sedã premium Han EV. A partir daí, foram lançamentos sucessivos em pouco espaço de tempo.

A BYD está próxima de ultrapassar quatro milhões de veículos em todo o mundo. A companhia vendeu 3,76 milhões de carros nos primeiros 11 meses deste ano, incluindo 506.804, em novembro. Com isso, poderá ultrapassar a Ford e a Honda. Se esse impulso de vendas continuar, a BYD poderá vender mais de seis milhões de carros nos próximos 12 meses, o que colocará a empresa no mesmo nível dos principais grupos de montadoras do mundo, como General Motors e grupo Stellantis, que, no Brasil, é dono das marcas Jeep, Fiat, Citröen, Peugeot, RAM e Abarth.

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