Entidade publicou nota de repúdio nas redes sociais, na qual afirma que o empregado sofreu, em tese, dispensa discriminatória e abusiva
A polêmica que envolve o padre Fábio de Melo e o ex-gerente da cafeteria Havanna, em Joinville (SC), ganhou novos desdobramentos. O Sindicato dos Trabalhadores em Turismo, Hospitalidade e de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Joinville e Região (Sitratuh) emitiu nota de repúdio pela demissão do funcionário Jair José Aguiar, desligado após um vídeo postado pelo padre, que viralizou nas redes sociais.
No vídeo que gerou a controvérsia, padre Fábio de Melo relatou que recebeu atendimento inadequado do então gerente da cafeteria, criticando-o por "prepotência", após questionar divergências nos preços dos produtos. O influenciador afirmou que o gerente teria sido arrogante ao explicar os valores.
O sindicato, por sua vez, considera que a empresa tomou uma decisão precipitada e injusta, visando apenas evitar prejuízos à imagem pública sem uma apuração detalhada e justa dos fatos. "O empregado foi alvo de um típico 'exposed' nas redes sociais, sendo injustamente transformado em alvo de cancelamento virtual, com sua imagem circulando nacionalmente sem qualquer apuração prévia dos fatos", afirma trecho da nota.
"Tal conduta empresarial configura, em tese, dispensa discriminatória e abusiva, com base na Lei 9.029/1995, ofendendo frontalmente os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, da valorização do trabalho e da proibição de exposição vexatória do trabalhador", diz o comunicado assinado pela presidente do sindicato, Leila Emiliana da Rocha.
O Sitratuh reforça seu compromisso em acompanhar e prestar apoio ao trabalhador; destaca que qualquer desligamento motivado por pressões externas ou estratégias de marketing é repudiado pela entidade. "A dignidade do trabalho e do trabalhador deve sempre prevalecer sobre interesses circunstanciais ou reputacionais", conclui a nota.
O ex-gerente Jair José Aguiar comentou nas redes sociais que, após o vídeo do padre viralizar, sua vida mudou drasticamente. "Mesmo sem ele citar o meu nome, todo mundo passou a saber que eu era a pessoa. Então começaram os olhares críticos, comentários maldosos e julgamentos. Por conta disso, a empresa achou melhor me mandar embora", desabafou.