Conhecida como uma das atrações culturais mais esperadas de Itanhaém, comemoração envolve fiéis de todas as idades; conheça a história da festa
Reunindo fé e tradição, a Festa do Divino Espírito Santo de Itanhaém começa nesta sexta-feira (30). A festa marca um momento importante na vida dos religiosos, com celebrações e ritos que fazem história há mais de 300 anos na cidade do litoral sul de São Paulo. A programação, recheada de momentos importantes, ocorre até 15 de junho.
Conhecida como uma das atrações culturais mais esperadas de Itanhaém, a festa tem programação repleta de costumes e envolve fiéis de todas as idades em momentos importantes da comemoração, como a Noite da Soca; Alvorada Festiva; Abertura do Império; Missa Solene; Encerramento do Setenário; Procissão do Divino Espírito Santo, entre outros.
Além das celebrações religiosas, os festejos contam com a tradicional quermesse beneficente, realizada aos fins de semana, na praça Narciso de Andrade, no centro histórico. O evento é uma oportunidade única para moradores e visitantes apreciarem a cultura, a gastronomia típica e a devoção, que tornam essa festa uma das mais importantes da região.
A Festa do Divino Espírito Santo foi trazida de Portugal pelos colonizadores que se instalaram na então Vila de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém; era uma época conturbada no Reino Português, pelos idos do século XIII, quando a vida econômica agravava-se devido às lutas políticas de bastidores, perturbando a administração e colocando em risco a segurança do trono. Foi então que a soberana portuguesa, rainha Isabel, teve uma atitude insólita, que causou impacto junto à corte: “Abdicou” da coroa em favor do Divino Espírito Santo.
Profundamente religiosa e possuidora de uma fé inabalável, a rainha, que mais tarde seria santificada, resolveu que, enquanto não fossem solucionados os problemas que entravavam a vida do país, reinaria sobre Portugal a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. No dia de Pentecostes, toda a corte em solene procissão dirigiu-se à catedral de Alenquer, depositando no altar-mor a coroa, o cetro e a bandeira, cerimônia que configurava a promessa de que, a partir daquele instante, Portugal seria governado pelo Divino Espírito Santo.
A rainha recolheu-se a um convento e aguardou os acontecimentos. Talvez, em razão da medida extrema e inusitada tomada, os ânimos foram serenando, a política voltou à normalidade e a vida econômica de Portugal retornou à estabilidade anterior. Esse acontecimento foi tido como um milagre do Divino Espírito Santo, em atenção às preces da devota soberana portuguesa.
Atendendo aos apelos do povo, a rainha reinvestiu-se de sua realeza e fez uma promessa de que, todo ano, no dia de Pentecostes, repetiria simbolicamente a cerimônia de consagração do Reino Português ao Divino Espírito Santo, levando à catedral a coroa, o cetro e a bandeira.