HISTÓRIA

Cemitério do Paquetá, em Santos, completa 170 anos

Cemitério foi inaugurado em 1854 e é a última morada de personagens históricos, como o pintor Benedicto Calixto e o ex-governador Mário Covas

Redação
Publicado em 02/12/2024, às 13h23 - Atualizado às 14h00

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Cemitério possui 26 túmulos tombados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos - Prefeitura de Santos
Cemitério possui 26 túmulos tombados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos - Prefeitura de Santos

No sábado, dia 30 de novembro, o Cemitério do Paquetá, em Santos, completou 170 anos.  A necrópole mais antiga da cidade foi inaugurada em 1854. Antes da inauguração do cemitério municipal, santistas que não tinham muitos recursos, quando faleciam, eram sepultados em um terreno na parte de trás do Santuário Santo Antônio do Valongo. Já as famílias mais abastadas, e que faziam contribuições generosas à Igreja Católica, enterravam seus mortos no interior de outras igrejas. 

O Cemitério do Paquetá é conhecido por ser a última morada de personagens históricos de vulto nacional, como o ex-governador paulista Mário Covas e seu neto, Bruno Covas (ex-prefeito de São Paulo); os ex-prefeitos santistas Luiz La Scala Júnior e Antônio Feliciano; o pintor Benedicto Calixto; os poetas Vicente de Carvalho e Martins Fontes; o professor e advogado Cleóbulo Amazonas Duarte; o escritor Júlio Ribeiro; o apresentador de TV Edson Bolinha Cury, entre outras pessoas que se projetaram para além dos limites de Santos.

Distante do Centro

O historiador José Dionísio de Almeida, da Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams), explica que a criação do primeiro cemitério municipal surgiu de uma necessidade sanitária. “Foi surgindo uma série de doenças e epidemias. O número de pessoas mortas foi aumentando e as igrejas passaram a não mais dar conta dos enterros”.

A escolha do local para erguer o cemitério foi estratégica, conta Dionísio. O Paquetá era uma região considerada distante do Centro. “Não morava ninguém lá”. O mesmo critério, destacou, foi usado para erguer unidades de saúde como o hospital Guilherme Álvaro, no Boqueirão. “A mesma situação se deu com o Cemitério da Filosofia, erguido no Saboó (em 1892), também afastado do centro”. O historiador narra que, com o funcionamento do Cemitério do Paquetá, acabou a tradição de enterros no entorno e no interior de igrejas.

Túmulos tombados

Uma das sepulturas que mais chamam a atenção na necrópole é a do túmulo do advogado João Galeão Carvalhal. A obra possui a imagem de uma mulher, em tamanho natural, debruçada sobre a lápide, chorando a perda do político abolicionista. Acima, há um busto ladeado por dois anjos.

O cemitério tem 26 mil metros quadrados, com 5.652 campas. Para preservar a história da cidade, possui 26 túmulos tombados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa), em janeiro de 1997. Os critérios adotados foram antiguidade, valor artístico e importância histórica da personagem.

Túmulos do cemitério do Paquetá
Cemitério do Paquetá é a última morada de nomes como o dos poetas Vicente de Carvalho e Martins Fontes - Prefeitura de Santos

Outra curiosidade do local: dez irmandades da Igreja Católica possuem campas ou ossários: Venerável Ordem 3ª de Nossa Senhora do Monte do Carmo; Irmandade do Santíssimo Sacramento da Catedral de Santos; Venerável Ordem 3ª de São Francisco da Penitência; Irmandade de Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos; Irmandade de Nossa Senhora do Rosário Aparecida; Irmandade de São Benedito; Confraria de Nossa Senhora da Boa Morte; Irmandade de Nossa Senhora do Terço; Irmandade de Nossa Senhora do Amparo e Irmandade de Nossa Senhora do Rosário.

O Cemitério do Paquetá fica na rua Dr. Cochrane s/nº, Paquetá e fica aberto das 7h às 17h; o horário da secretaria é das 7h às 11h, e das 13h às 17 horas.

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