Na Ilha Anchieta, em Ubatuba, quantidade de embarcações impressionou até quem trabalha por lá há anos; em Ilhabela, endinheirados têm serviço de bordo
O sol atraiu milhares de turistas às praias do litoral norte de São Paulo neste fim de semana, após vários períodos de chuva, que obrigaram os visitantes a ficarem em suas casas de veraneio, de familiares ou na rede hoteleira da região. A média da ocupação nos hotéis e pousadas chegou a 95% nos quatro municípios.
Com os termômetros registrando 36ºC, as praias de Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba foram "invadidas" por turistas, especialmente os de um dia. Com o tempo bom e céu azul, proprietários de lanchas e motos aquáticas se animaram a colocar suas embarcações no mar para desfrutar as lindas paisagens da região.
Afinal, colocar e manter uma embarcação circulando por algumas horas pode custar o valor de um carro popular. Alguns proprietários de lanchas, por exemplo, com tamanhos inferiores a de um iate, mas maiores que a maioria das lanchas vistas nas praias, podem ter que desembolsar cerca de R$ 120 mil para encher o tanque da embarcação.
Nas marinas e iate clubes da região, o intenso movimento de tratores adaptados para rebocar os barcos até o mar já dava um indício de que o fim de semana prometeria horas de muito lazer e contemplação e muitas embarcações circulando pelas praias.
O resultado foi um "congestionamento" de barcos nas principais praias da região. De motos aquáticas potentes a iates milionários, a ostentação chamava a atenção de quem estava na areia da praia, tentando um lugar ao sol. Ou à sombra, com estilos musicais variados, alguns com gosto duvidoso, os turistas embarcados e descontraídos também aproveitavam para pular das embarcações para um mergulho nas águas verde-esmeralda cristalinas.
Na Ilha Anchieta, em Ubatuba, que tem o acesso de turistas controlado por se tratar de uma área de parque estadual, a quantidade de embarcações impressionou até mesmo as centenas de pessoas que trabalham no complexo turístico da ilha. Em comum, eles afirmavam que nunca tinham visto tantos barcos reunidos no local.
O lugar onde havia a maior quantidade de embarcações era a Praia das Palmas, a maior da ilha, com suas águas que mesclavam as tonalidades esverdeadas e praticamente transparentes, cercada por vegetação típica da Mata Atlântica. Algumas lanchas encostavam umas às outras e os ocupantes se confraternizavam, com muita música e bebidas alcoólicas, entre um churrasco e outro.
A Praia do Sul também registrou grande quantidade de lanchas. Apesar de ser menor que a Praia das Palmas, ela se destaca por suas águas verdes, cor de esmeralda, devido aos reflexos da Mata Atlântica que cerca a praia. Por ter mar calmo, muitas crianças aproveitaram para nadar e observar os peixinhos estilo "Nemo" existentes por ali.
Além de sua exuberante beleza, muitos proprietários de embarcações procuram a Ilha Anchieta, que possui sete praias, por causa das enseadas, que tornam essas regiões abrigadas e protegidas das ondas que vêm do mar aberto.
Em Ilhabela, a maior concentração era na praia nas praias do Julião, Curral e Ilha das Cabras, ao sul; e Praia do Pinto, Siriúba e Pedra do Sino, ao norte. Quiosques à beira-mar ofereciam serviço de bordo para os endinheirados que preferiram não descer às praias.
O serviço é comum em Ilhabela. Os estabelecimentos enviam para as embarcações bebidas, petiscos e almoços, por meio de botes. Clientes premium e habitués dos quiosques de luxo até acionam o serviço dos quiosques por rádio.
Em Caraguatatuba, a praia escolhida pelos donos de barcos foi a Martim de Sá, a mais badalada da cidade, que neste sábado e domingo estava lotada. Em São Sebastião, a preferida foi a praia do Guaecá, ao sul da cidade.
Em São Sebastião, o canal que divide o município com Ilhabela registrou intenso tráfego de todos os tipos de embarcações. Como a região é conhecida pelos bons ventos, donos de veleiros também aproveitaram o sol e o calor para velejar e apreciar as praias da região.