Anúncio e balanço das ocorrências vêm em meio a relatos de assaltos e arrastões na região. Setor hoteleiro cobra posição do estado
Reginaldo Pupo
Publicado em 10/01/2025, às 14h21 - Atualizado às 14h38
A SSP (Secretaria de Segurança Pública) divulgou, na quinta-feira (9), balanço das ocorrências durante as festividades de fim de ano, e informou que houve redução de 35% no número de furtos e roubos nos nove municípios da Baixada Santista, no litoral paulista, após “planejamento operacional das forças de segurança”.
De 21 de dezembro e 3 de janeiro, segundo a SSP, foram registrados, somando as duas modalidades de crime, 1.043 boletins de ocorrência. A pasta diz que, no mesmo período do ano passado, foram 1.622 casos somente na Baixada Santista. Os números têm como base dados da Coordenadoria de Análise e Planejamento da secretaria.
Na semana do Natal, entre os dias 21 e 27 de dezembro, houve registro de 146 roubos em Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente. No mesmo período, em 2023, ainda segundo a SSP, foram 181 casos, redução de 19% no comparativo. Em relação aos furtos, a quantidade passou de 445 para 364, queda de 18%.
Entre os dias 28 de dezembro e 3 de janeiro, durante o período de Réveillon, os roubos tiveram queda. De acordo com os dados, houve 168 ocorrências no período, 55% a menos que a quantidade de crimes registrados na mesma semana do ano anterior, quando foram 372 ocorrências. Os furtos reduziram 42%, passando de 624 para 365 casos, segundo a pasta.
A divulgação dos dados, pela Secretaria de Segurança Pública, ocorre após vários relatos de arrastões e assaltos à mão armada em praias da Baixada Santista, especialmente em Guarujá, onde um turista de 20 anos foi morto a tiros em uma tentativa de assalto na praia da Enseada, dia 19 de dezembro. A vítima teria sido alvejada com, ao menos, dois disparos de arma de fogo, um deles na cabeça. O turista foi abordado quando caminhava com a namorada na faixa de areia da praia, de acordo com registro feito no sistema interno da Polícia Militar. O caso ocorreu por volta das 7h45, na altura do número 5.071 da avenida Miguel Estéfano.
No dia 31 de dezembro, outro turista foi vítima de arma de fogo em Guarujá. Um chinês, de 40 anos, foi baleado durante um assalto na trilha do Mar Casado, na praia de Pernambuco. A vítima levou um tiro na coxa e teve o ombro machucado. O turista foi encaminhado à Upa (Unidade de Pronto Atendimento) da praia da Enseada. Em nenhum dos casos os suspeitos foram identificados ou presos.
Um arrastão, registrado na praia das Pitangueiras, também em Guarujá, provocou pânico em moradores e turistas durante a festa de Réveillon. Diversos vídeos da correria foram gravados por moradores residentes em prédios em frente à praia. Conforme a SSP, dois homens, de 25 e 26 anos, relataram ter sido abordados por um grupo de homens armados com garrafas e ameaçados para entregar joias e objetos pessoais. Neste caso, quatro suspeitos foram presos ou apreendidos posteriormente.
Segundo a SSP, durante a temporada, o patrulhamento ostensivo teve reforço de 2,3 mil policiais, que permanecerão na região até 7 de fevereiro. Ao longo do ano, segundo a secretaria, também houve ampliação de unidades policiais e prisões de importantes líderes de facções criminosas atuantes na região, o que ajudou a reduzir o índice de criminalidade nos municípios.
Já a Polícia Civil destacou que a atuação antecipada das delegacias especializadas, com a identificação de líderes criminosos e ações desencadeadas contra quadrilhas de furtos e roubos, colaboraram para a queda dos índices criminais no período. Segundo a SSP, o trabalho integrado das forças policiais ajudou a evitar mais de 500 roubos e furtos no Natal e Ano Novo de 2024.
Empresários do setor hoteleiro e gastronômico cobram do governador Tarcísio de Freitas providências com relação aos casos de violência em Guarujá e, também, nos casos de virose. Segundo eles, os problemas têm afastado turistas e prejudicado o comércio na alta temporada.
Na terça-feira (8), a Fhoresp (Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo), que diz representar cerca de 500 mil empresas, encaminhou ofício ao governador, no qual pede “providências, no sentido de mitigar danos". “É o apagão do nosso litoral”, afirmou o diretor-executivo da entidade, Édson Pinto. Ele afirmou que “a imagem da região como destino de férias está seriamente comprometida".
Segundo ele, “essas ocorrências afastam o turista. Sem contar que muitos hotéis, restaurantes e bares do litoral dependem da alta temporada para sair do vermelho e compensar o baixo fluxo ao longo do ano”. O governo de São Paulo afirmou, por meio de nota, que mantém diálogo contínuo com o setor, e que atua para fomentar a indústria do turismo.
