INVESTIGAÇÃO

PF indicia 35 pessoas no caso da ‘Abin paralela’

Investigação revelou esquema de espionagem ilegal com software espião para monitorar autoridades e personalidades consideradas opositoras ao governo da época

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Entre os indiciados estão um diretor e ex-diretor da Abin - Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

A Polícia Federal indiciou o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e outras 34 pessoas no inquérito da chamada "Abin paralela". A investigação apura a utilização da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionagem de autoridades públicas e outras personalidades consideradas opositoras do governo da época. Segundo a investigação, Jair Bolsonaro sabia do esquema de espionagem.

O ex-presidente Jair Bolsonaro não foi indiciado pois a Polícia Federal entendeu que, como ele já tinha sido indiciado pelo crime de organização criminosa na ação penal da tentativa de golpe, não poderia ser indiciado novamente.

Também foram indiciados o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que era diretor da Abin na época, e o atual diretor-geral do órgão, Luiz Fernando Corrêa, indicado pelo presidente Lula.

Alguns dos espionados são: os ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, os ex-presidentes da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (PSD) e Arthur Lira (PP-AL), os senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (PT-AP), o ex-governador de São Paulo João Doria, as jornalistas Vera Magalhães e Mônica Bergamo, além de servidores do Ibama e auditores da Receita Federal.

Realizada no âmbito do inquérito, a Operação Última Milha da PF apurou o uso do software espião FirstMile para identificar a localização dos espionados por meio da rede de seus celulares. De acordo com a investigação, o programa foi utilizado 60 mil vezes entre 2019 e 2023. O software de monitoramento foi desenvolvido por uma empresa de Israel chamada Cognyte (ex-Verint).

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