Bebedeira, desacato e acusação de violência policial em madrugada no Guarujá

Um desentendimento, na madrugada de terça-feira (7), entre seis pessoas, terminou com um homem de 50 anos ensanguentado e desfigurado, e uma dentista, de 44, acusada de desacato e lesões a policiais militares que atenderam a ocorrência, na avenida Santa Maria, na Vila Julia, em Guarujá, no litoral paulista.  

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De acordo com o depoimento de uma das envolvidas, uma turista, de 25 anos, ela e outros três amigos chegaram ao  Guarujá, encontraram com a dentista e o suposto companheiro, o homem de 50 anos, em um bar. A confusão teria começado no local, mas culminou em uma residência.  

A turista contou que, em dado momento, as duas saíram do bar e foram até a casa na qual estava hospedada, enquanto o restante do grupo permaneceu no local. Disse que, cerca de 40 minutos depois, elas ouviram um barulho e, ao saírem, viram um veículo parado na garagem da casa e o suposto companheiro da dentista caído no chão, ensanguentado. Ele pediu para ser socorrido e foi colocado no veículo, junto com a dentista, que iria levá-lo ao hospital. 

Ainda de acordo com o depoimento da turista, os policiais militares chegaram à residência, para atender à ocorrência, e permitiram que a dentista levasse o homem até o hospital. O restante do grupo permaneceu na residência, na qual, segundo ela, “em dado momento chegou uma viatura com uma policial militar”, que lhe “agrediu com um tapa ou um soco na nuca” e, em seguida, sacou uma pistola, engatilhou, e “bateu a coronha na sua cabeça”.  

No registro da ocorrência, os policiais afirmam que foram chamados para atender uma desinteligência e, ao chegarem no local, encontraram o homem desfigurado e a dentista aparentemente alcoolizada e agressiva; que havia um veículo com o vidro quebrado e o portão da residência estava danificado.  Ainda segundo os policiais, uma mulher [a dentista] gritava e xingava os policiais de “corno”, “bando de bundão”, “viado”, “corrupto”, “ladrão”. Como ela não sabia dirigir, pediram para que seguisse na viatura até o hospital. Ao chegar no estacionamento da unidade, ela recusou-se a sair do veículo e o homem foi socorrido por funcionários. 

Um dos policiais informou que foi preciso fazer uso de algemas, para retirar a dentista do veículo, e que ela continuou xingando os policiais; inclusive, agrediu dois deles com chutes. Teria dito, ainda, que ia prender todo mundo, já que tem parentes juízes e delegados. 

Quanto aos outros quatro membros do grupo, a turista e três homens, que ficaram no local da ocorrência, os policiais afirmaram que não teriam demonstrado sobriedade, mas estavam sem ferimentos. Também informaram que não havia arma no veículo. 

A reportagem apurou que o homem encaminhado ao Hospital Santo Amaro não aguardou alta e saiu acompanhado de uma mulher, por volta do meio-dia de terça-feira (7). 

A Secretaria de Segurança Pública informou que a Polícia Civil investiga o caso registrado pela Delegacia do Guarujá, e que a Polícia Militar apura os fatos. Disse, ainda, que a autoridade policial solicitou exames periciais e investiga as circunstâncias da ocorrência, e que a Polícia Militar tomará as medidas cabíveis se constatar irregularidades na abordagem.