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Ubatuba confirma primeiro caso de febre do Oropouche

Doença tem sintomas semelhantes aos da dengue e chikungunya, como febre, dor de cabeça e dores musculares; Vigilância Epidemiológica amplia monitoramento


Redação
Publicado em 14/05/2025, às 12h10

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Inseto transmissor é conhecido como maruim ou mosquito-pólvora (Culicoides paraensis) - Divulgação/Dive
Inseto transmissor é conhecido como maruim ou mosquito-pólvora (Culicoides paraensis) - Divulgação/Dive

A Secretaria de Saúde de Ubatuba, no litoral de SP, confirmou o primeiro caso autóctone de febre do Oropouche na cidade. O anúncio foi feito pelo órgão na terça-feira (13). Antes concentrada na região Norte do país, a doença começa a se expandir para outros estados, incluindo São Paulo.

O paciente é morador da região norte do município, área próxima à mata e com alta presença do inseto transmissor Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Causada por um vírus, a febre do oropouche provoca sintomas semelhantes aos da dengue e chikungunya, como febre, dor de cabeça, vertigem, dores musculares, náuseas, vômitos, diarreia e fotofobia. Os sintomas geralmente são leves, mas podem reaparecer após um intervalo de até 14 dias.

Segundo Alyne Ambrogi, enfermeira coordenadora da Vigilância Epidemiológica, o diagnóstico preciso depende de exames laboratoriais feitos até o quinto dia após o início dos sintomas. “Como os sintomas se confundem com outras doenças transmitidas por mosquitos, é essencial que qualquer pessoa com suspeita procure imediatamente a Unidade de Saúde mais próxima”, alertou.

Gestantes sintomáticas devem receber atenção especial. A recomendação é que, além dos testes para dengue, chikungunya e zika, também sejam avaliadas para o vírus do oropouche. Diante da confirmação do caso, a Secretaria de Saúde intensificou a vigilância ativa, principalmente em áreas de mata e localidades com histórico de deslocamento recente para regiões rurais ou cidades vizinhas, como Paraty.

Equipes estão em campo realizando busca ativa e reforçando a importância da notificação precoce e coleta de amostras dentro do prazo adequado.

Prevenção individual

Como não há ações de nebulização específicas para o maruim, considerado vetor silvestre, a prevenção individual é fundamental. Entre as orientações estão:

  • Usar roupas longas e claras, de preferência de algodão;
  • Aplicar óleo mineral sobre a pele, conforme orientação médica;
  • Utilizar mosquiteiros de malha fina;
  • Evitar exposição nas primeiras horas da manhã e fim da tarde;
  • Manter quintais limpos, sem folhas, frutas ou matéria orgânica acumulada.

O uso de repelentes ainda está em fase de estudo quanto à eficácia contra o Culicoides paraensis, mas pode ser considerado em regiões de risco. Autoridades estaduais e federais iniciaram ações de monitoramento do vetor e avaliação da expansão da doença.

Em Ubatuba, o foco é orientar a população, ampliar a vigilância epidemiológica e reduzir os riscos de transmissão. A Secretaria reforça que qualquer pessoa com sintomas compatíveis com arboviroses deve procurar atendimento médico, preferencialmente até o quinto dia de sintomas.

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