BERTIOGA

Morte de bebê no parto motiva protesto no litoral de SP

Família afirma que houve negligência e violência obstétrica. Conselho Regional de medicina diz que pode abrir investigação rigorosa e hospital anunciou afastamento de médico

Redação
Publicado em 29/08/2023, às 11h19

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Sabrina durante a gestação de seu filho que foi enterrado no domingo - Imagem: Acervo Pessoal / Sabrina Monteiro
Sabrina durante a gestação de seu filho que foi enterrado no domingo - Imagem: Acervo Pessoal / Sabrina Monteiro

A morte de um bebê de 33 semanas durante o parto na maternidade do hospital municipal de Bertioga motivou uma manifestação em frente à unidade médica na noite de ontem (28). Durante o ato, familiares da criança e outras mulheres exigiram providências da unidade médica. “Começamos um caminho por justiça”, disse Samara Monteiro, irmã da parturiente.

Questionado, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) informou que não recebeu denúncia em relação ao caso, mas adiantou: “Caso o Conselho receba uma denúncia, a autarquia iniciará uma investigação rigorosa dos fatos”.

Samara afirma que a família registrou um boletim de ocorrência, tem intenção de judicializar e avalia formalizar uma denúncia ao Cremesp. O boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia de Bertioga como morte suspeita, sem causa determinante aparente.

Hospital afasta médico

O INTS (Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde), que administra o hospital,  disse que afastou preventivamente o médico acusado das violências e que abriu uma investigação interna para apurar as circunstâncias do caso.

A Secretaria de Saúde de Bertioga informou que o Serviço de Verificação de Óbito (SVO) encaminhou o caso para o IML; o laudo deve sair em até 90 dias.

O caso

Em entrevista na segunda-feira (28), Samara relatou que na noite de sexta-feira (25) sua irmã Sabrina Monteiro Aguiar de 25 anos entrou em trabalho de parto e foi atendida na maternidade do HM de Bertioga. Seu filho Akin Ayo morreu durante o procedimento. A criança foi enterrada no domingo. Abalada física e emocionalmente, Sabrina não pôde conceder entrevista.

Samara, que é doula e ativista do parto humanizado, acusa a equipe que fez o parto, especialmente o ginecologista responsável pelo procedimento, de negligência e violência obstétrica contra a irmã.

“É uma dor imensa. No pré-natal, antes do parto, o bebê estava bem, estava com batimentos bons. Então não dá pra saber o que aconteceu ali”, lamenta.  Ela  também relata que o médico responsável usou fórceps, insistiu em fazer um corte perineal não autorizado pela irmã e induziu o rompimento da bolsa.

Ela acrescenta que o médico, além de insultar sua irmã durante o parto, a responsabilizou pela morte do próprio filho. Segundo Samara, o médico disse à Sabrina que a culpa pela morte de Akin era dela.

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