PROTESTO

Família de bebê morto durante parto em Bertioga acusa médico de negligência

Autônoma de 25 anos entrou em trabalho de parto no hospital e não viu filho vivo; familiar afirma que ela foi vítima de violência obstétrica e organiza manifestação; hospital diz que afastou médico e abriu investigação interna

Redação
Publicado em 28/08/2023, às 17h21

FacebookTwitterWhatsApp
Em primeira gravidez, Sabrina Monteiro não saiu com filho vivo da maternidade de Bertioga, no litoral de SP - Acervo Pessoal / Samara Monteiro
Em primeira gravidez, Sabrina Monteiro não saiu com filho vivo da maternidade de Bertioga, no litoral de SP - Acervo Pessoal / Samara Monteiro

A família de uma jovem que entrou em trabalho de parto no Hospital Municipal de Bertioga e não viu o filho com vida acusa a unidade médica e o ginecologista que esteve à frente do procedimento de violência obstétrica e negligência. Em busca de providências e respostas, eles prometem protestar na frente do hospital no início da noite desta segunda-feira (28).  

Em entrevista na tarde de hoje, Samara Monteiro disse que na noite de sexta-feira (25) sua irmã Sabrina Monteiro Aguiar, de 25 anos, então grávida de 33 semanas do primeiro filho, entrou em trabalho de parto e foi atendida na maternidade do HM de Bertioga. Seu filho, Akin Ayo, morreu durante o procedimento. A criança foi enterrada ontem. Abalada física e emocionalmente, Sabrina não pôde conceder entrevista.

Montagem com duas fotos de enxoval de bebê
Peças do enxoval de Akin Ayo

Samara, que é doula e ativista de parto humanizado, acusa a equipe que realizou o parto, especialmente o ginecologista à frente do procedimento, de negligência e violência obstétrica contra a irmã.

“É uma dor imensa. No pré-natal, antes do parto, o bebê estava bem, estava com batimentos bons. Então não dá pra saber o que aconteceu ali”, lamenta.  Ela  também relata que o médico a frente do procedimento usou fórceps, insistiu em realizar uma corte perineal não autorizado pela irmã e induziu o rompimento da bolsa durante o parto.

Ela acrescenta que o médico, além de insultar sua irmã durante o parto, a responsabilizou pela morte do filho, minutos após o falecimento da criança. Segundo Samara, o médico disse à Sabrina que a culpa pela morte de Akin era dela.

Fachada de hospital
Hospital Municipal de Bertioga, no litoral de SP

Questionado, o INTS (Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde), que gere o hospital,  disse que afastou preventivamente o médico acusado das violências e que abriu uma investigação interna para apurar as circunstâncias do caso.

A Secretaria de Saúde de Bertioga disse que Serviço de Verificação de Óbito (SVO) encaminhou o caso para o IML que é o órgão competente para a verificação e chega à conclusão em até 90 dias para divulgar o laudo.

Previsto para às 18h de hoje na frente do HM de Bertioga, o protesto tem o objetivo de expor o hospital e exigir providências. “É para conscientizar, trazer mais informações pras pessoas, pedir justiça e encorajar também outras mulheres e famílias a protestarem contra isso que tem acontecido no hospital de Bertioga”, explica a doula e tia enlutada. O Portal Costa Norte segue acompanhando o caso.

Comentários

Receba o melhor do nosso conteúdo em seu e-mail

Cadastre-se, é grátis!