A aranha-marrom é uma das principais responsáveis por acidentes no Brasil; Ministério da Saúde alerta para sintomas e a importância do atendimento
Discreta, de hábitos noturnos e muitas vezes invisível aos olhos, a aranha-marrom (Loxosceles) representa um dos maiores riscos de envenenamento no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, armadeiras e aranhas-marrons, juntas, causam mais de 10 mil acidentes por ano. O perigo, silencioso, pode trazer consequências graves caso o atendimento médico não seja imediato.
Com cerca de um centímetro de corpo e até três centímetros de comprimento total, a aranha-marrom constrói teias irregulares semelhantes a "algodão esfiapado" e permanece escondida em ambientes pouco movimentados, como atrás de móveis, rodapés, telhados e depósitos. Embora não seja agressiva, pica ao ser pressionada contra o corpo, como no momento de vestir roupas, calçar sapatos ou deitar-se sobre lençóis.
Essa combinação de tamanho reduzido, comportamento discreto e evolução silenciosa dos sintomas torna o diagnóstico inicial difícil. Segundo o Ministério da Saúde, a picada provoca inicialmente dor de pequena intensidade, mas pode evoluir para uma “placa marmórea”, com palidez, manchas arroxeadas e endurecimento da pele. Em casos mais graves, surgem bolhas hemorrágicas e hemólise intravascular, que podem levar à insuficiência renal aguda.
A progressão da lesão é um dos principais sinais de alerta. Quando o quadro não melhora com analgésicos ou antialérgicos, ou se surgem inchaço acentuado, palidez, manchas ou bolhas, a recomendação do Ministério da Saúde é clara: “Procure atendimento médico imediatamente”. Lavar o local da picada com água e sabão e buscar assistência o mais rápido possível aumentam as chances de recuperação sem complicações.
Nos casos graves, o tratamento inclui aplicação do soro antiaracnídico, produzido pelo Instituto Butantan e distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Reduzir o risco de acidentes exige medidas simples de prevenção. Entre as recomendações do Ministério da Saúde estão:
Dados do Ministério da Saúde indicam que os acidentes envolvendo aranhas representam a segunda maior causa de envenenamento no Brasil, atrás apenas dos escorpiões. Em 2023, o país registrou 43.933 acidentes com aranhas. Embora apenas três gêneros - aranha-marrom (Loxosceles), armadeira (Phoneutria) e viúva-negra (Latrodectus) - sejam de importância médica, os acidentes exigem atenção imediata e tratamento específico.
Em caso de suspeita de picada de aranha, o Ministério da Saúde orienta:
O atendimento especializado com aplicação do soro antiaracnídico está disponível em hospitais públicos referenciados. Em emergências, a população pode acionar o Samu (192) ou o Corpo de Bombeiros (193).