ENVENENAMENTO

Aranha-marrom: saiba identificar picadas e evitar complicações graves

A aranha-marrom é uma das principais responsáveis por acidentes no Brasil; Ministério da Saúde alerta para sintomas e a importância do atendimento

Redação
Publicado em 28/04/2025, às 10h12

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Aranha-marrom, ao picar, pode provocar ferimentos graves e insuficiência renal - Paulo Goldoni/Comunicação Butantan
Aranha-marrom, ao picar, pode provocar ferimentos graves e insuficiência renal - Paulo Goldoni/Comunicação Butantan

Discreta, de hábitos noturnos e muitas vezes invisível aos olhos, a aranha-marrom (Loxosceles) representa um dos maiores riscos de envenenamento no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, armadeiras e aranhas-marrons, juntas, causam mais de 10 mil acidentes por ano. O perigo, silencioso, pode trazer consequências graves caso o atendimento médico não seja imediato.

Com cerca de um centímetro de corpo e até três centímetros de comprimento total, a aranha-marrom constrói teias irregulares semelhantes a "algodão esfiapado" e permanece escondida em ambientes pouco movimentados, como atrás de móveis, rodapés, telhados e depósitos. Embora não seja agressiva, pica ao ser pressionada contra o corpo, como no momento de vestir roupas, calçar sapatos ou deitar-se sobre lençóis.

Essa combinação de tamanho reduzido, comportamento discreto e evolução silenciosa dos sintomas torna o diagnóstico inicial difícil. Segundo o Ministério da Saúde, a picada provoca inicialmente dor de pequena intensidade, mas pode evoluir para uma “placa marmórea”, com palidez, manchas arroxeadas e endurecimento da pele. Em casos mais graves, surgem bolhas hemorrágicas e hemólise intravascular, que podem levar à insuficiência renal aguda.

Sinais de alerta

A progressão da lesão é um dos principais sinais de alerta. Quando o quadro não melhora com analgésicos ou antialérgicos, ou se surgem inchaço acentuado, palidez, manchas ou bolhas, a recomendação do Ministério da Saúde é clara: “Procure atendimento médico imediatamente”. Lavar o local da picada com água e sabão e buscar assistência o mais rápido possível aumentam as chances de recuperação sem complicações.

Nos casos graves, o tratamento inclui aplicação do soro antiaracnídico, produzido pelo Instituto Butantan e distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Prevenção dentro de casa

Reduzir o risco de acidentes exige medidas simples de prevenção. Entre as recomendações do Ministério da Saúde estão:

  • Manter jardins e quintais limpos;
  • Eliminar entulhos e lixo doméstico;
  • Vedar frestas em paredes e rodapés;
  • Instalar telas em ralos e janelas;
  • Sacudir roupas e sapatos antes de usar;
  • Afastar camas e berços das paredes.

Acidentes com aranhas no Brasil

Dados do Ministério da Saúde indicam que os acidentes envolvendo aranhas representam a segunda maior causa de envenenamento no Brasil, atrás apenas dos escorpiões. Em 2023, o país registrou 43.933 acidentes com aranhas. Embora apenas três gêneros - aranha-marrom (Loxosceles), armadeira (Phoneutria) e viúva-negra (Latrodectus) - sejam de importância médica, os acidentes exigem atenção imediata e tratamento específico.

O que fazer em caso de picada

Em caso de suspeita de picada de aranha, o Ministério da Saúde orienta:

  • Se possível, e caso tal ação não atrase a ida do paciente ao atendimento médico, lave o local da picada com água e sabão;
  • Não fazer cortes ou aplicar produtos caseiros;
  • Procurar imediatamente uma unidade de saúde;
  • Fotografe ou informe ao profissional de saúde o máximo possível de características do animal, como: tipo de animal, cor, tamanho.

O atendimento especializado com aplicação do soro antiaracnídico está disponível em hospitais públicos referenciados. Em emergências, a população pode acionar o Samu (192) ou o Corpo de Bombeiros (193).

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