PERSPECTIVAS

Como foi até agora e o que esperar da presença militar no Porto de Santos

Nos primeiros sete dias de GLO do Mar, Marinha realizou mais de 500 abordagens e 4 mil inspeções; oficiais explicam objetivos da operação

Redação
Publicado em 15/11/2023, às 10h56

FacebookTwitterWhatsApp
Porto de Santos, no litoral de SP - Imagem: Reprodução
Porto de Santos, no litoral de SP - Imagem: Reprodução

A operação GLO do Mar completou nove dias nesta quarta-feira (15). Voltada ao combate do tráfico de drogas, de armas e outros crimes, a operação é realizada nos portos de Santos (SP) e de Itaguaí (RJ) em articulação com agências e órgãos de segurança pública.

A medida começou a valer no dia 6 de novembro com duração de seis meses, até 3 de maio de 2024. O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União no dia 1º de novembro.

De acordo com a Marinha do Brasil (MB), durante os primeiros sete dias, a “GLO do Mar” realizou 505 abordagens a embarcações com seis apreensões por irregularidades administrativas; 4.368 inspeções em veículos; 61 ações interagências e 11 inspeções em cascos de navios. Mil e novecentos militares atuam na Baía de Guanabara (RJ), Baía de Sepetiba (RJ), no Porto do Rio de Janeiro e nos acessos marítimos ao Porto de Santos (SP).

“Neste primeiro momento, a MB concentrou esforços no controle e patrulhamento dos maiores portos brasileiros situados em áreas estratégicas para o combate a ilícitos, contribuindo, assim, para o aumento da segurança em regiões essenciais para a economia do País”, explicou a Marinha na tarde de ontem (14).

Na sexta-feira (10), a reportagem da TV Cultura litoral acompanhou o navio Patrulha Oceânico APA durante patrulhamento por todo o canal do Porto de Santos e áreas de fundeio, onde permanecem as embarcações.

Na ocasião, oficiais da Marinha explicaram os objetivos da operação e abordagens às embarcações. “Nossa intenção inicial é sempre verificar a documentação, independente do tamanho da embarcação, desde que seja uma embarcação pequena, podendo ser a da vila de mercantes de grande porte” explicou o capitão de fragata Thiago Montilla, que acrescentou.

“O nosso foco aqui é justamente buscar a repressão do tráfego ilegal de armas e drogas. Geralmente nosso foco vai ser maior em embarcações pequenas, que nós conseguimos inspecionar de forma mais rápida. Demora cerca de 15 minutos, até 30 minutos no máximo, com a embarcação pequena”.

A inspeção de embarcações maiores, explicou o capitão, esbarra em dificuldades  operacionais. “Realmente fica difícil que a gente faça uma abordagem em todos os contêineres, porque alguns navios desses chegam a ter 10 mil contêineres. Então seria necessário dias e semanas até que fossem vasculhados. Para esse tipo de abordagem, nós utilizamos informações de inteligência em conjunto, tanto da Polícia Federal, Receita Federal ou da própria inteligência da Marinha”.

O capitão dos portos de São Paulo, Robledo de Lemos Costa e Sá, explica a atuação da força armada na GLO. “O decreto da GLO impôs à Marinha do Brasil, de forma singular, a responsabilidade de desencadear uma operação. A marinha não procura o protagonismo, ela procura justamente respeitar a competência legal de cada órgão e somar esses partícipes para que nós tenhamos o sucesso da operação”.

Receba o melhor do nosso conteúdo em seu e-mail

Cadastre-se, é grátis!