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Idosa viveu 72 anos em condições análogas à escravidão no Rio

Mulher não teve acesso a estudo e seus documentos não ficavam em sua posse

Da redação
Publicado em 14/05/2022, às 09h20 - Atualizado às 13h41

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Senhora de 84 anos foi resgatada no mês de março, após uma denúncia anônima. A identidade dela não foi revelada Idosa viveu 72 anos em condições análogas à escravidão no Rio Imagem com close na mão da senhora negra que passou 72 anos em condições análogas  - Reprodução/TV Globo
Senhora de 84 anos foi resgatada no mês de março, após uma denúncia anônima. A identidade dela não foi revelada Idosa viveu 72 anos em condições análogas à escravidão no Rio Imagem com close na mão da senhora negra que passou 72 anos em condições análogas - Reprodução/TV Globo

Após a notícia, em abril, de que uma idosa de 89 anos passou 50 anos em condições análogas à escravidão na cidade de Santos, outro relato parecido vem à tona, só que desta vez no Rio de Janeiro, no dia em que se completou 134 anos da Abolição da Escravatura.

Uma idosa de 84 anos passou 72 anos trabalhando como empregada doméstica sem salário e sem autonomia de vida.

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De acordo com o Ministério do Trabalho, este é o mais longo caso de situação análoga à escravidão registrado no país.

A senhora foi resgatada no mês de março, após uma denúncia anônima. A identidade dela não foi revelada.

Os auditores-fiscais do Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho no Rio de Janeiro (SRTb/RJ) que realizaram o resgate da idosa disseram que a família que a “empregava” alegou que ela era “alguém da família”, o que não foi confirmado durante a inspeção no local. 

Ainda segundo os auditores-fiscais, a mulher nunca teve a oportunidade de estudar ou mesmo o direito de conduzir a própria vida. Ela foi encontrada dormindo em um sofá, em um local improvisado.

Os documentos da mulher não ficavam em sua posse, e sim na dos empregadores. Ela possuía inclusive aposentadoria, mas a senha e o cartão que davam acesso à conta também ficavam de posse do empregador. 

“Aquele que explora o trabalho escravo terá que pagar, primeiro, todos os direitos devidos àquele trabalhador que foram sonegados. Essa submissão do trabalho escravo acaba sendo um meio de enriquecimento ilícito”, disse Thiago Gurjão, procurador do Trabalho e integrante do Núcleo Regional da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conaete) ao Portal G1.

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O procurador também salientou que o empregador também terá que pagar indenizações por dano moral e responder pelo crime previsto em lei do artigo 149 do Código Penal, que pode gerar prisão de dois a oito anos.

A idosa atualmente está sob os cuidados da prefeitura do Rio de Janeiro. 

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