BARBÁRIE

Mulher viveu 50 anos em condições análogas à escravidão em plena Santos

Idosa de 89 anos era empregada doméstica de uma família e, além de nunca ter recebido salário, sofria abusos físicos e verbais

Da redação
Publicado em 06/04/2022, às 09h19 - Atualizado às 13h11

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Situação perdurava desde a década de 1970 Mulher viveu 50 anos em condições análogas à escravidão em plena Santos Mulher idosa de olhos fechados em p&b, imagem ilustrativa apenas - Imagem ilustrativa/Unsplash
Situação perdurava desde a década de 1970 Mulher viveu 50 anos em condições análogas à escravidão em plena Santos Mulher idosa de olhos fechados em p&b, imagem ilustrativa apenas - Imagem ilustrativa/Unsplash

Uma mulher, negra, que hoje tem 89 anos, viveu 50 anos em condições análogas à escravidão em plena Santos. O caso foi descoberto após uma denúncia à Delegacia de Proteção à Pessoas Idosas.

A idosa teria passado todo esse tempo como empregada doméstica de uma família sem receber salário ou qualquer auxílio financeiro. Também era impedida de sair sozinha e sofria abusos físicos e verbais vindos da patroa e filhas desta.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) de Santos entrou com uma ação civil pública contra a família, que pleiteia o bloqueio de bens no valor de R$ 1 milhão, para que seja pago danos morais coletivos. O chocante caso chegou às mãos do MPT em 2021, por meio da 2º Vara do Trabalho de Santos.

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De acordo com o MPT, a mulher começou a trabalhar como empregada doméstica na casa da família ainda na década de 1970. À Justiça a idosa declarou que perdeu sua carteira de identidade naquela época e que a família a teria “contratado” com a promessa de que receberia ajuda para conseguir um novo documento.

Ainda segundo a idosa, ela implorava para que a deixassem procurar sua família, mas era ameaçada de, se caso fosse, perder o abrigo e a alimentação que recebia naquela casa.

A vítima sofria humilhações constantes e também agressões físicas, como tapas e socos. Segundo o MPT, quem denunciou a situação foi uma vizinha de apartamento da família, que chegou a enviar gravações com os áudios das agressões verbais sofridas pela idosa. 

Atualmente a idosa está com parentes, que foram localizados pela Delegacia de Proteção às Pessoas Idosas. Segundo também o MPT, a mulher tem duas filhas, que a procuraram durante esses 50 anos, mas como ela não possuía qualquer registro, foi impossível saber o paradeiro dela. Chegaram a pensar que a mãe estivesse morta.

Uma ação trabalhista movida contra a família que manteve a mulher em condições análogas à escravidão garantiu o pagamento de uma pensão mensal de um salário mínimo à idosa e também o pagamento integral de um plano de saúde.

A ação civil pública do MPT foi ajuizada após a família responsável pelos 50 anos de sofrimento da idosa ter se recusado a aceitar um acordo para corrigir a situação.

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