JAGUATIRICA

Jaguatirica: quais as verdadeiras ameaças?

Jaguatirica, felino importante para a manutenção da biodiversidade, sofre com a perda de habitat

Camila Issagawa
Publicado em 21/03/2022, às 13h58 - Atualizado em 23/05/2022, às 09h39

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Animal sofre com a perda de habitat, atropelamentos e com a caça, o que pode causar diminuição no número de espécies Jaguatirica - Haroldo Palo Jr./Fundação Boticário
Animal sofre com a perda de habitat, atropelamentos e com a caça, o que pode causar diminuição no número de espécies Jaguatirica - Haroldo Palo Jr./Fundação Boticário

A jaguatirica ou Leopardus pardalis é uma espécie muito conhecida e estudada pela comunidade científica. Facilmente é possível encontrar artigos que explicam desde os hábitos alimentares do animal a descrições morfológicas precisas sobre partes específicas de seu corpo. Apesar das pesquisas e interesse geral da população o animal sofre com a perda de habitat, atropelamentos e com a caça, o que pode causar diminuição no número de espécies e graves consequências para o meio ambiente.

Tem jaguatirica no Brasil?

Segundo o ICMBio a Jaguatirica pode ser encontrada da América Central a América do Sul, possuindo ampla distribuição em diversos biomas no Brasil com exceção da região dos pampas no sul do Rio Grande do Sul. Embora sua adaptação a diversos locais seja eficiente, em função dos desmatamentos, as áreas em que o animal vive estão cada vez mais escassas, o que pode levar ao desequilíbrio ecológico.

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Ainda sobre sua distribuição, o Leopardus pardalis pode ser encontrado tanto em áreas protegidas quanto em locais que sofrem com as ações antrópicas como áreas agrícolas e pastagens, porém sempre ligada aos remanescentes de vegetação natural que garantem sua sobrevivência.

Qual o tempo de gestação dos filhotes de jaguatirica?

Como diversos mamíferos, a jaguatirica suporta baixas temperaturas utilizando seu tecido adiposo (gordura corporal) e pelos. Animal de hábito noturno, terrestre, porém muito hábil para subir em árvores, o Leopardus pardalis é solitário, entrando em contato na natureza com outros de sua espécie quando em período reprodutivo. Pode ter de um a quatro filhotes sem possuir um período específico do ano para reprodução e possui período de gestação de 70 a 85 dias.

A expectativa de vida do animal na natureza é de em média 10 anos sendo em cativeiro de 15 a 20 anos. Sua alimentação é baseada em mamíferos de pequeno, médio e até grande porte sendo roedores como paca e cutia, os tatus e os macacos seu alimento mais escolhido.

Que tamanho fica uma jaguatirica?

Quando comparada ao maior felino do mundo, o ligre (animal híbrido que nasce do cruzamento com leão e tigre) que pode chegar a mais de 3 metros de comprimento, a jaguatirica pode parecer um grande gato doméstico possuindo pouco mais de 100 cm de comprimento e pesando até 12 kg, porém é a maior espécie entre os pequenos felinos do Brasil.

Sua coloração varia, porém, tende a apresentar manchas pretas arredondadas e longitudinais laterais além da coloração amarelada. Ainda que o nome gato-do-mato seja utilizado como nome popular para denominar a jaguatirica, estes são animais diferentes, sendo o Leopardus pardalis maior, podendo pesar até três vezes mais e possuir a cauda mais longa.

Qual a diferença entre jaguatirica e gato do mato?

Apesar da pelagem semelhante e de viverem no Brasil, a Jaguatirica, a onça (também conhecida como jaguar) e o gato-do-mato-pequeno são animais diferentes. A maior diferença entre eles está no tamanho dos animais. A onça pintada possui cerca de 1,5 m e o gato-do-mato-pequeno não passa de 55 cm. Já os pumas possuem a pelagem diferente sem o padrão de manchas pretas na pele.

Pode ter uma jaguatirica em casa?

Embora seja um animal de médio porte, este não pode ser doméstico, ou seja, o Ibama não autoriza a compra de jaguatiricas para usufruir como animal de estimação. O felino além de ser solitário possui hábitos noturnos e percorre grandes áreas durante a noite, o que não seria possível replicar em residências mesmo com grandes extensões.

Felino importante para a manutenção da biodiversidade, sofre com a perda de habitat Jaguatirica (Reprodução/ICMBio)

Como diversos mamíferos, a jaguatirica suporta baixas temperaturas utilizando seu tecido adiposo (gordura corporal) e pelos para se aquecer. O animal possui hábito noturno e é terrestre, porém é hábil para subir em árvores, onde encontra parte de sua dieta. Sua alimentação é baseada em mamíferos de pequeno, médio e até grande porte sendo roedores como paca e cutia, os tatus e os macacos suas iguarias mais escolhidas.

Quanto tempo vive uma jaguatirica?

A expectativa de vida do animal na natureza é de em média 10 anos sendo em cativeiro de 15 a 20 anos. Por ser um animal solitário, este entra em contato com outros de sua espécie para a reprodução e não possui um período específico do ano para a procriação. A jaguatirica pode ter de um a quatro filhotes e possui período de gestação de 10 a 12 semanas.

Ainda que segundo a avaliação do estado de conservação dos carnívoros da ICMBio a espécie esteja classificada como “menos preocupante” no quesito risco de extinção, a mesma apresenta em diversas pesquisas científicas estar sofrendo com a perda de habitat, possui diversas notícias sobre atropelamentos no litoral paulista e a ainda parece ser alvo de caça.

Solução para proteção das espécies?

Entre as possíveis respostas para que o número de jaguatiricas não diminua estão as ações de fiscalização para acabar com a caça destes animais, ações de conscientização para evitar o atropelamento e o mais importante, a criação de corredores ecológicos que permitam ao animal caminhar pelos fragmentos de mata além de políticas contra o desmatamento e a favor da proteção ambiental para que os animais não percam ainda mais os seus territórios.

Além disso, atividades de educação ambiental que promovem a conscientização da importância ecológica do animal podem fazer com que as gerações futuras tenham mais conhecimento e menos medo deste felino tão belo e importante para o meio ambiente e para a manutenção das cadeias alimentares.

Por Camila Issagawa, bióloga especializada em biologia marinha e gerenciamento costeiro pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e colaboradora do Portal Costa Norte.

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