Espécie ameaçada de extinção é encontrada morta no litoral de SP

Uma toninha (Pontoporia blainvillei) foi encontrada morta, nesta semana, na praia dos Namorados, em São Vicente. A espécie é classificada como “criticamente em perigo” de extinção, segundo lista do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

O animal foi encontrado na tarde de segunda-feira (8), e o Instituto Gremar foi informado do encalhe. No local, a equipe constatou que ele já estava morto, na faixa de areia. A carcaça foi removida para o Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos, no Guarujá, para ser submetida a exame necroscópico, para identificar a causa da morte.

Informações do ICMBio indicam que a principal ameaça à espécie é a pesca de emalhe, tanto artesanal quanto industrial e, por ser costeira, a toninha também é afetada pela poluição química e sonora, além da degradação do habitat. A expectativa é de redução populacional de, no mínimo, 80% até o ano de 2040, segundo o órgão.

Ameaça

A ameaça à sobrevivência da espécie, devido à pesca de emalhe, ocorre pela captura acidental, nas costas brasileira, uruguaia e argentina. A toninha morre por não conseguir retornar à superfície para respirar e, muitas delas, quando retiradas das redes, são devolvidas mortas ao oceano. Uma parte das carcaças chega às praias, outras sequer são vistas. Também por isso, a mortalidade acidental é subestimada.

O pequeno cetáceo - um dos menores do mundo - colabora com a manutenção da vida da região costeira, além de colaborar com a produção de oxigênio e regulação do clima, segundo revelado no livro Toninha - Um pequeno cetáceo ameaçado de extinção. A obra foi publicada a partir do estudo Avaliação sobre o estado da arte dos conhecimentos com vistas à conservação da toninha, Pontoporia blainvillei, um pequeno cetáceo ameaçado de extinção, vinculado ao Programa de Iniciação Científica e de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da USP, com autoria de Isabela Rugitsky Domingues, do Instituto de Biociências da USP, sob orientação do professor Marcos César de Oliveira Santos, do Instituto Oceanográfico da USP.

O material pode ser consultado e baixado gratuitamente no site do Laboratório de Biologia da Conservação de Mamíferos Aquáticos (LABCMA).