Imagens foram registradas por câmera trap, da reserva do Sesc Bertioga; felino está classificado como vulnerável na lista de espécies ameaçadas de extinção
Um gato-do-mato-do-sul (Leopardus guttulus) foi avistado pela primeira vez em Bertioga, no litoral de São Paulo, por câmeras 'trap', conhecidas como 'armadilhas fotográficas', da Reserva Natural do Sesc Bertioga. Nas imagens, divulgadas em junho, é possível ver o felino se movendo rapidamente em frente à câmera antes de sair de cena.
Ver essa foto no Instagram
Marcelo Bokermann, biólogo e supervisor do Setor de Educação para Sustentabilidade do Sesc Bertioga, disse que o animal é provavelmente um macho adulto. "Essa foi a primeira vez que a espécie foi observada na reserva. O registro ocorreu em uma área da Serra do Mar, a aproximadamente 900 metros de altitude, dentro do Parque Estadual da Serra do Mar (Pesm)", informou.
O gato-do-mato-do-sul está classificado como vulnerável, nas listas oficiais de espécies ameaçadas de extinção, segundo Bokermann. A fragmentação de habitat, a caça e as doenças transmitidas por animais domésticos são as principais ameaças à sobrevivência do felino.
Recentemente, um gato-do-mato-do-sul melânico, ou seja, de coloração preta, foi registrado pela estação ecológica Jureia-Itatins, localizada entre Peruíbe e Iguape, no litoral sul de São Paulo, pelo projeto Felinos da Jureia-Itatins, coordenado pelo Instituto Bioventura (veja vídeo abaixo).
Ver essa foto no Instagram
O supervisor da Reserva do Sesc Bertioga conta que as armadilhas fotográficas são ferramentas importantes para o estudo de animais selvagens. Elas ajudam os pesquisadores a compreenderem a distribuição espacial, alimentação e reprodução das espécies. "Esse recurso é utilizado para monitorar a fauna nativa e, nos últimos anos, diversas espécies foram registradas pelas armadilhas, incluindo o Puma concolor (onça-parda); Puma yagouaroundi (gato-mourisco); Procyon cancrivorus (mão-pelada); Tamandua tetradactyla (tamanduá-mirim) e o Nasua nasua (quati)", informou.
Ainda de acordo com Bokermann, a reserva do Sesc desempenha papel crucial na conservação da Mata Atlântica. Além de realizar trabalhos educativos, a reserva contribui para a preservação de fragmentos do ecossistema ameaçado, integrando-se a outras unidades de conservação na região.