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Primeiro resgate de faigão-de-bico-largo é registrado em Praia Grande

Ave é da mesma família dos albatrozes, mas bem menor; seu ambiente é a água gelada dos oceanos austrais, bem longe do litoral brasileiro

Redação
Publicado em 19/01/2025, às 07h45 - Atualizado às 13h51

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Tamanho da ave é aproximadamente ao de um bem-te-vi - Instituto Biopesca
Tamanho da ave é aproximadamente ao de um bem-te-vi - Instituto Biopesca

Uma ave marinha “diferentona” resolveu dar um “rolê” por Praia Grande, no litoral de São Paulo. Um faigão-de-bico-largo (Pachyptila vittata) foi resgatado no dia 13 de janeiro por uma equipe de campo do Instituto Biopesca. De acordo com o instituto, eles ainda não haviam encontrado uma ave dessa espécie, desde que começaram a executar o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), em 2015.

A ave é da mesma família dos albatrozes, mas bem menor, com tamanho aproximado ao de um bem-te-vi. Assim como os seus parentes, têm as narinas em forma de tubos, uma adaptação que os ajuda a eliminar do corpo o sal da água do mar  e também presente no seu alimento (pequenos crustáceos, peixes e lulas). Outra característica muito interessante dessa ave é possuir cerdas ao longo do bico, que filtram os microplânctons da superfície da água, como fazem as baleias para se alimentar. Por essa razão, em inglês, seu nome popular é whale bird (algo como aves baleias).

Cerdas da ave
Cerdas ao longo do bico filtram os microplânctons da superfície da água - Instituo Biopesca

Essa espécie raramente se aproxima da terra e faz isso para nidificar. Forma colônias nas ilhas Gough e Tristão da Cunha, no oceano Atlântico, e ilhas Chathan e South Island, da Nova Zelândia, no oceano Pacífico, ou seja, bem longe do litoral brasileiro. Seu ambiente é a água gelada dos oceanos austrais. O Biopesca informa estar  empenhada para que logo a ave tenha condições clínicas estabilizadas e possa seguir para a próxima etapa do tratamento, a reabilitação.

Biopesca

O Instituto Biopesca é uma das instituições executoras do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.

Esse projeto pretende avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna (Santa Catarina) até Saquarema (Rio de Janeiro), sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Biopesca monitora o Trecho 8, compreendido entre Peruíbe e Praia Grande. Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos, mas debilitados, ou mortos, entre em contato pelo telefone 0800 642 3341 (horário comercial) ou pelo celular (13) 99601 2570 (WhatsApp/ligações a cobrar/24h).

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