INDESEJADA

Praia de Ubatuba ficou imprópria para o banho de mar na maior parte do ano

Das 52 semanas de 2024, em 51, a praia do Itaguá apresentou problemas de balneabilidade; bandeira vermelha fincada na areia afastou banhistas

Reginaldo Pupo
Publicado em 28/03/2025, às 10h22

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Água de tonalidade marrom e areia monazítica também desmotivam banhistas - Estéfani Braz
Água de tonalidade marrom e areia monazítica também desmotivam banhistas - Estéfani Braz

A praia do Itaguá, que concentra alguns dos principais atrativos turísticos de Ubatuba, no litoral norte paulista, teve suas águas poluídas em 51 das 52 semanas de 2024, de acordo com análises feitas durante o período pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).

A orla do Itaguá é muito visitada por turistas durante todo o ano, por causa dos restaurantes, bares, lojas de artesanato, sorveterias, shoppings, rede hoteleira, além do Aquário de Ubatuba e da Praça da Baleia, tudo conectado por uma ciclovia bem movimentada. A praia serve como ponto de partida para inúmeros passeios de barcos e escunas para as ilhas da cidade.

Apesar da paisagem bonita, das árvores que margeiam a orla e da vista privilegiada, poucos se atrevem a entrar no mar, por causa da bandeira vermelha que permaneceu na praia durante quase todo o ano de 2024. O aspecto da água, com sua tonalidade marrom, e a areia monazítica, rica em minerais pesados, como o tório, urânio e monazita, que a tornam escura, também desmotivam os banhistas a tomar banho de mar, pois a impressão que se tem é de que a praia está suja.

As coletas de água feitas pela Cetesb, para amostras, são feitas em dois pontos próximos à avenida Leovigildo Dias Vieira, que margeia a praia. Os resultados mostraram mais de 100 colônias de bactérias fecais a cada 100ml de água coletada. A partir desta quantidade, a praia é considerada imprópria para o banho. De acordo com a companhia, a poluição pode ser causada por sujeira das ruas levada até córregos e, posteriormente, para o mar, em dias chuvosos; e pela falta de coleta de esgoto sanitário.

No caso de praias poluídas, a Cetesb recomenda não tomar banho de mar, canais, córregos ou rios que afluem às praias, 24 horas após chuvas intensas, e nem engolir a água do mar. Outra recomendação é não levar animais de estimação à praia.

Monitoramento

As praias do litoral paulista são monitoradas semanalmente pela Cetesb, para avaliar a qualidade da água do mar em 175 pontos. O trabalho envolve a coleta de amostras de água em diversos pontos ao longo da costa. As análises seguem critérios técnicos do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). Claudia Lamparelli, gerente da divisão de águas Litorâneas da Cetesb, explica: “O principal objetivo desse programa é avaliar a condição das praias paulistas para que a população possa escolher a praia que irá frequentar com segurança. Desse modo, a Cetesb recomenda que a população consulte a qualidade das praias em nossos canais de comunicação”.

As análises semanais focam em bactérias fecais, como enterococos, presentes nas amostras de água coletadas ao longo de cinco semanas consecutivas. Além das bactérias fecais, a presença de óleo, maré vermelha, floração de algas tóxicas, ou surtos de doenças transmitidas pela água, também podem tornar a praia imprópria para banho.

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