Pedras ingeridas por mamíferos marinhos são usadas como lastro para auxiliar no mergulho e também para ajudar a controlar a flutuabilidade
O Instituto Biopesca, sediado na cidade de Praia Grande, no litoral de São Paulo, resgata e cuida de animais marinhos, além de realizar análises laboratoriais nesses animais. De acordo com o Biopesca, essas análises verificam qual é o conteúdo do trato gastrointestinal dos animais (basicamente, o que eles comem) e também quais as espécies de parasitas que eles apresentam.
Infelizmente, na maior parte das vezes, é encontrado plástico no trato digestivo desses animais. Mas, há algumas surpresas também. Exemplo disso ocorreu com um leão-marinho-do-sul (Otaria flavescens) que encalhou, já sem vida, na praia de Salinas, em Balneário Barra do Sul, Santa Catarina. Uma amostra do estômago do animal foi enviada pela Univille (Universidade da Região de Joinville) para o Biopesca. E, durante a análise, foi encontrada uma pedra de 450 gramas dentro do estômago do leão-marinho.
O Biopesca explica a hipótese de que essas rochas ingeridas por mamíferos marinhos sejam usadas como lastro para auxiliar no mergulho e, também, para ajudar a controlar a flutuabilidade. Essa espécie de leão-marinho, em particular, vive em profundidades menores que 50 metros e se alimenta de peixes. Eles podem mergulhar até 30 metros de profundidade.
O leão-marinho-do-sul é a espécie de leão marinho que pode ser encontrada no Brasil, mais especificamente no litoral do Rio Grande do Sul. Outra característica é que o som emitido pela espécie se assemelha ao rugido de leão e os pelos, ao redor da face, lembram a juba do rei da selva. Essas características particulares justificam seu nome popular.
O Instituto Biopesca é uma das instituições executoras do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
Esse projeto avalia os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos.
O projeto é realizado desde Laguna, em Santa Catarina, até Saquarema, no Rio de Janeiro, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Biopesca monitora o Trecho 8, compreendido entre Peruíbe e Praia Grande.
Em caso de animais em situação de perigo ou avistados mortos nas praias de Praia Grande a Peruíbe, ligue para 0800 642 3341 e (13) 99601 2570.