Proposta para reconectar o rio Itapanhaú à cidade convida população a participar; veja como e descubra mais detalhes sobre o rio
Você já parou para pensar no papel do rio Itapanhaú na vida de quem mora em Bertioga? A pesquisadora Elizabeth de Fátima Correia, doutoranda em ciências ambientais pela Unesp, quer ouvir moradores da cidade para entender como a população percebe e se relaciona com o principal rio do município.
A participação é simples: basta responder um questionário anônimo e on-line, com tempo estimado de cinco minutos. O formulário está disponível em https://forms.gle/jguCi2PuYcypaRBX6.
A pesquisadora explica que a percepção dos moradores é peça-chave para discutir soluções sustentáveis, propor a criação de parques lineares e buscar uma convivência mais harmoniosa entre o rio e a cidade.
O objetivo da pesquisa é entender como as pessoas se relacionam com o rio. Não dá mais para fazer nenhum projeto, nenhuma política pública, sem a participação das pessoas”, afirma Elizabeth.
O rio Itapanhaú é o maior curso d’água de Bertioga e um dos mais relevantes do litoral paulista. Nasce na Serra do Mar e percorre cerca de 50 quilômetros até desaguar no canal de Bertioga, formando uma extensa área de manguezais. É considerado o mais importante rio do município, pois, além de ser fonte de abastecimento público, com captações de água feitas pela Sabesp, Sesc Bertioga e Riviera de São Lourenço, também recebe efluentes da estação de tratamento de esgoto (ETE) da Sabesp, da Colônia de Férias do Sesc, da própria Riviera e da Usina Hidrelétrica de Itatinga.
As águas do Itapanhaú também vêm sendo alvo de prospecção para abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), por meio de um projeto de transposição da bacia do rio Itapanhaú para o Sistema Produtor Alto Tietê, atualmente em fase de implantação.
Apesar de sua importância ambiental e estratégica, o Itapanhaú sofre com a ocupação irregular, desmatamento de áreas de preservação permanente (APPs), degradação das margens e pressão urbana crescente. Ao longo de sua extensão, diversas atividades ocorrem em sua bacia, como desmatamento de áreas de preservação permanente (APPs), degradação das margens e pressão urbana crescente.
De acordo com o estudo, em um cenário de mudanças climáticas, tais pressões podem gerar uma série de impactos socioambientais e econômicos sobre o município como um todo, com efeitos de média e longa duração e em diferentes escalas de magnitude.
O estudo de Elizabeth parte da constatação de que o futuro de Bertioga está diretamente ligado à saúde do rio. Sua pesquisa busca traçar um panorama das dinâmicas ecológicas e urbanas da bacia, mapear conflitos e identificar oportunidades para transformar as margens do Itapanhaú em espaços públicos de convivência, lazer, educação ambiental e conservação.
Além do questionário, a pesquisa prevê oficinas, ciclos de palestras e diálogo com as comunidades locais. A ideia é integrar conhecimento técnico e saberes populares na construção de soluções reais e participativas. A tese segue diretrizes da Nova Agenda Urbana e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com foco em justiça social, valorização da biodiversidade e adaptação climática.
O prazo para participação na pesquisa é até 10 de setembro deste ano. Segundo Eliabeth, é uma data limite, mas caso a pesquisa não atinja o número necessário de adesão, pode ser prorrogado.